Vodafone Portugal: Programas desenhados para a inclusão de todos

Desde a sua génese a Vodafone Portugal assume os temas relacionados com a Diversidade e Inclusão como parte integrante da sua estratégia.

 

Há muito que a Vodafone Portugal tem um foco particular na área de Diversidade e Inclusão, e de uma forma ainda mais sustentada nos últimos anos. Este é, por isso, um caminho que tem vindo a fazer-se desde que a operadora tem presença no nosso país e é, hoje, uma estratégia com três dimensões que Ana Mesquita Veríssimo, manager de Sustainability, H&S Culture & Inclusion and Foundation da Vodafone Portugal, explicou à Human Resources Portugal.

Em primeiro lugar, «a comunidade (grande público), para a qual a empresa desenvolve programas na área de Diversidade e Inclusão que são endereçados pela Fundação Vodafone Portugal». Neste âmbito, um dos programas com mais longevidade é o Praia Saudável, que resulta de um Protocolo de Cooperação assinado entre a Fundação Vodafone Portugal, a Autoridade Marítima Nacional, a Associação Portuguesa do Ambiente, o Instituto Nacional de Reabilitação e a Associação Bandeira Azul da Europa. Este programa teve início em 2005 e tem como objectivo contribuir para o aumento da segurança nas praias, para a defesa e melhoria da qualidade do seu ambiente, assim como das acessibilidades para pessoas com necessidades especiais. Este programa abrange já 226 praias de Portugal e, de acordo com a Fundação Vodafone, já permitiu salvar 794 vidas.

Na vertente da segurança, a Fundação Vodafone Portugal disponibiliza meios complementares de apoio ao salvamento e assistência a banhistas (nomeadamente motas de água, torres de vigia e macas flutuantes, 4×4 rescue truck); e ainda um sistema integrado de comunicações que integra a atribuição de um número de telemóvel aos postos dos nadadores-salvadores disponível ao público e de suporte a situações de emergência, permitindo a ligação para a Protecção Civil, a Polícia Marítima, as Capitanias ou os Bombeiros, entre outras. Por outro, lado, o programa tem uma componente fundamental de inclusão ao permitir a acessibilidade às praias através de equipamentos que permitam um melhor acesso e utilização das zonas balneares por parte de pessoas com necessidades especiais, designadamente cadeiras anfíbias e passadeiras. Ao longo dos últimos anos foram doadas mais de 200 cadeiras anfíbias, sendo que a Fundação Vodafone Portugal trouxe para Portugal o primeiro destes equipamentos, permitindo que até hoje cerca de 22 mil pessoas pudessem usufruir do banho de mar. O programa Praia Saudável tem ainda uma vertente ambiental, através da doação de equipamentos que contribuam para a minimização dos impactes ambientais negativos nas praias, nomeadamente a disponibilização de máquinas de limpeza do areal e cinzeiros individuais; e de sensibilização para o grande público sobre as três vertentes: segurança, acessibilidade e ambiente.

Ainda na vertente dos programas de Diversidade e Inclusão direccionados à comunidade, Ana Mesquita Veríssimo destaca os programas de apoio às vítimas de violência doméstica, nomeadamente a aplicação Bright Sky. «Esta aplicação tem como missão fornecer informações credíveis sobre a temática da violência, bem como informações sobre os serviços de suporte especializados que existem em Portugal para dois públicos: a pessoas que são vítimas de violência doméstica e as pessoas preocupadas com familiares ou amigos que possam apresentar indícios de uma relação abusiva. Uma das chaves da inclusão está na educação, este é o grande pilar, seja para o contexto da comunidade ou no contexto empresarial.»

Os conteúdos da aplicação Bright Sky informam sobre violência, tipos de violência, consentimento sexual, perseguição e assédio, como abandonar uma relação abusiva e tipos de apoio existentes em Portugal, entre outros temas relacionados. É, segundo Ana Mesquita Veríssimo, umas das iniciativas em que «a tecnologia é colocada ao serviço da sociedade, nomeadamente em grupos vulneráveis». Esta aplicação e o seu conteúdo estão adaptados à realidade nacional e foram validados em parceria com a Associação para o Planeamento da Família (APF) e com o apoio da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG).

Mais um exemplo de programa da Fundação Vodafone Portugal chama-se “E se fosse de outra cor” e consiste numa plataforma desenvolvida em parceria com a Associação para o Planeamento da Família (APF) que inclui notícias sobre igualdade de género e orientação sexual, informações sobre eventos e um quizz. Esta plataforma é dedicada a jovens do primeiro ciclo, bem como professores e pais. O objectivo é desenvolver a literacia quanto à igualdade de género e à liberdade para a orientação sexual. Mas também «identificar barreiras, porque muitas vezes os comportamentos não inclusivos são inconscientes », explica Ana Mesquita Veríssimo.

A segunda das três dimensões que a Vodafone Portugal identifica na sua estratégia de Diversidade e Inclusão é a dos clientes. «Quando falamos sobre estes temas, a Vodafone Portugal olha para os seus clientes no sentido de perceber as adaptações que é necessário fazer aos seus produtos e serviços de forma a que estes respeitem as necessidades de todos», explica Ana Mesquita Veríssimo.

Neste sentido, a Vodafone Portugal disponibiliza, através do seu contact center, linhas de atendimento a pessoas com deficiência auditiva e visual. No caso das pessoas surdas, por exemplo, é disponibilizado um atendimento por videochamada em que o assistente atende o cliente por meio de Língua Gestual Portuguesa (LGP).

Outro exemplo na dimensão da Diversidade e Inclusão de clientes é a disponibilização de FAQ no website da Vodafone Portugal, com os temas mais pedidos por esta comunidade, em que as respostas são gravadas em vídeos em LGP.

Ana Mesquita Veríssimo destaca ainda a existência de tarifários específicos, na oferta da Vodafone Portugal, para pessoas com incapacidade igual ou superior a 60%. Um outro exemplo é o serviço de IPTV, que inclui comando com controlo por voz, o que é uma ajuda para pessoas cegas.

A terceira dimensão da actuação da Vodafone Portugal na área da Diversidade e Inclusão é a vertente interna, ou seja, os colaboradores. Nesta área, Ana Mesquita Veríssimo realça que «a Vodafone Portugal tem um compromisso público de desenvolver um ambiente de trabalho que seja verdadeiramente inclusivo, e que dê segurança e conforto ao colaborador, para podermos ser quem verdadeiramente somos, independentemente das nossas opções. Para isso, a Vodafone Portugal tem vindo a trabalhar em várias frentes, com um foco significativo no desenvolvimento e aprendizagem. Não basta ter procedimentos, a educação é fundamental para trabalhar os comportamentos».

Neste sentido, a Vodafone Portugal desenvolve internamente múltiplos programas de sensibilização. Um dos primeiros foi uma formação ligada aos enviesamentos inconscientes, dirigida a chefias e colaboradores no geral. Do mesmo modo, existe um programa interno que visa dar aos colaboradores a percepção de como podem contribuir para tornar o ambiente de trabalho mais inclusivo. Ana Mesquita Veríssimo explica que «nesta formação, num primeiro módulo, são disponibilizadas ferramentas que permitem aos colaboradores identificar e estarem melhor preparados para lidar com comportamentos inadequados no ambiente de trabalho, seja com eles próprios ou com os outros. O segundo módulo aborda os “aliados activos” e proporciona ferramentas para que os colaboradores se tornem mais intervenientes na promoção de um ambiente de trabalho inclusivo, e não apenas meros observadores».

Recentemente, e dados os modelos de trabalho híbridos, estas formações têm vindo a incluir também a dimensão do trabalho remoto e de como mesmo à distância é necessário adoptar comportamentos inclusivos.

Por outro lado, a Vodafone Portugal tem vindo a lançar políticas específicas para endereçar determinadas dimensões da diversidade, como por exemplo a política de parentalidade ou o programa interno de combate à violência.

 

Desafios
A Diversidade e Inclusão é abordada na Vodafone Portugal em múltiplas dimensões, visíveis e não-visíveis, como a igualdade de género, a orientação sexual, a etnia, a nacionalidade ou a deficiência, entre muitas outras. Por meio de auscultação aos colaboradores, a empresa identifica como principal desafio o facto de existirem expectativas diferentes entre as várias pessoas, o que faz com que as áreas de actuação sejam tão diversas como o tipo de procedimentos ou adaptações a tomar.

Ana Mesquita Veríssimo refere que «o grande desafio é conseguir um equilíbrio saudável de todas estas expectativas. Ajustar comportamento e atitudes de pessoas, que são determinadas por factores como valores, crenças, percepção, entre outros é um processo muito complexo e que evolui ao longo do tempo. Estamos a falar da relação entre humanos e não máquinas».

Outro desafio é o facto de muitas vezes este tipo de temas não estarem confinados ao contexto da organização. Segundo a manager da Vodafone Portugal, «quando falamos, por exemplo, de orientação sexual, Portugal é um dos países com legislação e regulamentação mais avançadas. No entanto, se olharmos para alguns estudos públicos, há alguns resultados que nos surpreendem pela negativa». Ana Mesquita Veríssimo acrescenta que esta ligação ao negócio é comprovada por «estudos que mostram a diversidade como alavanca de performance. Um relatório elaborado por uma consultora mostra que a diversidade étnica, cultural e de género, particularmente na gestão de topo, está correlacionada com a performance financeira das organizações».

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Igualdade, diversidade e inclusão” publicado na edição de Julho (n.º 139) da Human Resources.

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