Work-Life Passion: num mundo ideal, existem fronteiras entre o trabalho e a vida?

«Se estivermos “apaixonados” pelo que fazemos profissionalmente, estamos no campo do trabalho ou no campo da vida?»

Por Rui Pinto, managing partner e Business Pain Killer da Delta Soluções

 

Há quem defenda que, num mundo ideal, não existem fronteiras entre o trabalho e a vida. Li há pouco tempo um artigo do professor José Crespo de Carvalho (que foi meu professor e admiro bastante) que o fazia. A premissa subjacente, no meu ponto de vista, está correcta: Se estivermos “apaixonados” pelo que fazemos profissionalmente, estamos no campo do trabalho ou no campo da vida?

Um parceiro com quem trabalhamos tem um excelente mote: Move-te com Paixão. Problema: infelizmente a paixão pelo que fazemos não é transversal (a toda a gente e a todos os trabalhos). Nestes casos, é essencial um work life balance para o colaborador poder respirar e ganhar fôlego para estar no trabalho a 99%. Não é possível estar a 100% sem paixão.

Voltando ao cenário ideal: havendo paixão pelo que fazemos, precisamos de um ‘balance’? A fronteira fica – e bem – mais esbatida, mas defendo que precisamos sempre.

Não é sempre possível estarmos apaixonados pelo que fazemos, a todo o tempo, a nível profissional mas é sem dúvida uma grande mais-valia quando isso acontece.

Partilho a reflexão de uma pessoa próxima, excelente profissional, apaixonada pela vida mas, por vezes, com dúvidas se é apaixonada pelo que faz: o que despoleta a paixão é externo (empresa, equipa, projecto, processo ou impacto no cliente) ou é a própria pessoa que tem que ser a sua própria fonte de paixão?

Diria que ambos. A paixão tem sempre um trigger externo mas temos a responsabilidade (pessoal e profissional) de perceber que triggers podem existir que nos são mais favoráveis. Não adoramos o processo mas adoramos o resultado? Não adoramos o projecto mas adoramos a equipa? Exploremos os pontos positivos.

A este propósito – importância da equipa – partilho o desabafo recente do Pedro (colaborador) que integrou a equipa da Delta Soluções em período pós-covid (100% à distância): «Adoro o que faço mas sinto falta de estar com pessoas. Sinto que seria mais feliz e mais produtivo se tivesse mais contacto com a equipa.»

Acabámos de instituir algo melhor que «dias no escritório»: almoços de equipa regulares, (onde não se fala de trabalho).

A lição que o Pedro reforçou: Há triggers que não estão a ser despoletados? Explorem, procurem, vão atrás.

A paixão pode surgir a qualquer momento se nos expusermos a isso.

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