2022 – o ano de todos os desafios

Por Ricardo Florêncio

 

Todos os anos, por esta altura, referem-se os grandes desafios que existirão durante o ano em termos de Gestão de Pessoas. Contudo, estão reunidas as condições para que 2022 seja efectivamente o ano de todos os desafios. As Pessoas são cada vez mais o maior activo que as empresas têm. E, logo à partida, a escassez de recursos humanos a que temos vindo a assistir – e que é transversal a diversas áreas e segmentos – é um tremendo desafio.

Por outro lado, atendendo às circunstâncias especiais em que vivemos durante os dois últimos anos, a fasquia da Gestão de Pessoas subiu para níveis muito mais elevados. Como fazer as pessoas regressar aos locais de trabalho, voltando a transformá-los em locais de debate, de troca de experiências, de inovação? Como voltar a contar com os colaboradores como parceiros e como embaixadores das marcas e das empresas, depois destes dois anos? Como voltar a fazer sentir as pessoas como parte integrante das empresas e da partilha dos seus valores e propósitos, quando as suas prioridades do início de 2020 para cá foram claramente outras, primeiro porque deixaram de se sentir seguras (nas empresas e na rua) e a saúde passou para primeiro lugar; e depois porque foram ajustando a sua vida a uma nova realidade, na qual o trabalho remoto (que era completamente residual e, na maioria dos casos, inexistente) se tornou essencial.

O tema da saúde adquiriu novos contornos e o da flexibilidade vai muito para além da decisão de quantos dias os colaboradores podem ficar em casa. Assim, como conseguir combater de um modo eficaz todas as perturbações a que vamos assistindo e tendo conhecimento, nomeadamente em relação à saúde mental das pessoas? Como recuperá-las? E como conseguir fazer o fit entre o que as empresas necessitam e as pessoas querem, atendendo a que se habituaram durante os dois últimos anos a modos diferentes de viver, mudando também a forma como encaram as suas vidas e prioridades? Como conseguir cativar e reter as pessoas de que as empresas necessitam, atendendo à elevada volatilidade do mercado de trabalho? Como conseguir transmitir o sentido de pertença a colaboradores que entraram já nesta fase de pandemia, sendo que, em muitos casos, o contacto com a empresa e colegas foi extremamente reduzido? Como gerir os diferentes estados de espírito dos colaboradores?

Estas são apenas algumas das questões, pois a lista seria quase infindável…

Deste modo, sim, 2022 será o ano de todos os desafios!

Editorial publicado na revista Human Resources nº 133, de Janeiro de 2022

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