O que nos falta?
Opinião de Ricardo Florêncio
Director da Revista HR Portugal
Editorial publicado na edição de Janeiro 2012 da revista HR Portugal
É uma questão recorrente, mas nunca respondida. Afinal o que nos falta para sermos um País de sucesso?
Nós, enquanto trabalhadores somos elogiados e homenageados em Portugal e no estrangeiro. Em Portugal, diversos gestores portugueses têm recebido prémios internacionais. No estrangeiro, muitos Portugueses ocupam cargos internacionais de topo.
Existe uma série de empresas portuguesas distinguidas a nível internacional pelas suas práticas, resultados e estratégias.
As multinacionais em Portugal têm sucesso. Muitas vezes as filiais Portuguesas são aquelas que apresentam melhores resultados a nível europeu ou mundial. Conclui-se assim que em Portugal também se trabalha bem com métodos das empresas multinacionais.
Somos largamente elogiados pelas nossas capacidades de organizar grandes eventos, a Expo 98, o Euro 2004, entre muitos outros.
Parece assim que estão reunidas todas as condições necessárias e suficientes para sermos um País de sucesso. E sendo assim, porque não somos um País de sucesso? Somos trabalhadores, criativos, empenhados, e até com um alto grau de adaptação e flexibilidade. E então afinal, o que nos falta?
Haverá muitas respostas para esta questão, e daí a recorrência da pergunta.
Eu arrisco que um dos nossos principais óbices é a consistência, ou melhor, a falta dela. Nós gostamos de desafios, gostamos de fazer bem, empenhamo-nos, transformamos o que fazemos em sucessos. Mas a sua repetição, a metodologia de fazer igual todos os dias desmotiva-nos e assim desinteressamo-nos.
Contudo, é exactamente essa consistência, essa sistematização, que faz e produz os sucessos sustentáveis, com futuro, e não apenas arrebatamentos fugazes.