Catalisador organizacional
Pedro Miguel Geraldes assumiu recentemente a direcção de Unidade de Formação da IFE – International Faculty for Executives, iniciando uma nova fase na área.
Com uma experiência de quase 15 anos, em Portugal, a IFE tem uma posição consolidada no mercado de informação para profissionais e é reconhecidamente uma das principais entidades a actuar no domínio da formação. Pedro Miguel Geraldes dá-nos a conhecer a estratégia actual da empresa, as novas metodologias de formação apresentadas na Expo RH, o que procura o mercado e as tendências da área.
HR: Qual a estratégia da IFE em formação?
Pedro Miguel Geraldes: O percurso que iniciámos há cerca de dois anos, e que atravessa agora uma nova etapa, pretende reforçar a nossa posição enquanto entidade formadora e consultora, e de nos tornarmos o principal parceiro da formação em Portugal, nas diferentes vertentes em que actuamos. Estamos a falar essencialmente de reforçar a nossa oferta e capacidade na vertente intra-empresas e à medida.
Nesse sentido criámos toda uma nova oferta de conteúdos diferenciados, introduzimos novas metodologias e abordagens formativas, reforçámos a nossa ligação com os nossos formadores, e estamos a trabalhar no sentido de ter uma maior proximidade com o cliente.
HR: Como vai ser estruturada a oferta?
PMG: No que toca à oferta intra-empresas, e de consultoria, decidimos apostar prioritariamente nas áreas do Management e Desenvolvimento Pessoal, Comercial e Vendas, Marketing, Atendimento e Relação com o Cliente, e Comunicação. Vamos continuar a oferecer formação nas áreas de RH e Direito Laboral, Legislação e Contratação Pública, Contabilidade, Finanças e Fiscalidade, Logística, Secretariado e Informática.
Já na oferta inter-empresas, vamos manter a fórmula de sucesso que nos trouxe notoriedade e reconhecimento do público, nomeadamente as conferências, seminários, cursos de especialização e workshops, de curta duração, e focados em temas da actualidade ou temáticas mais procuradas pelo mercado como Alterações Laborais, nova Lei da Insolvência, os novos desafios do Marketing (Gestão de Comunidades, Redes Sociais).
A grande aposta deste ano, e que vem na sequência das primeiras acções que realizámos com grande sucesso no decurso do ano passado, está relacionada com acções que designámos por Executive Training, de maior duração e grande especialização. Como a nova edição do curso de Marketing Digital, o de Gestão Comercial e de Vendas, ou o de Corporate Finance.
HR: Que metodologias, abordagens e conteúdos diferenciadores?
PMG: Desde logo a diferença como abordamos os projectos, com uma perspectiva mais abrangente, e que ultrapassa a simples intervenção em sala. Ou seja, iniciamos com uma fase de diagnóstico, onde analisamos em detalhe o problema do cliente, as suas necessidades e expectativas, o perfil dos seus colaboradores, os seus processos de trabalho, etc., utilizando ferramentas como questionários de diagóstico, avaliação de perfis, cliente mistério, ou outros considerados mais adequados.
De seguida, trabalhamos sobre os conteúdos, podendo estes ser criados de raíz, ou adaptados tendo por base o nosso portefólio. Por outro lado, desenhamos casos práticos, e exercícios, alinhados com o problema do cliente, com o seu sector de actividade e a sua realidade. E por fim, após a acção de formação, temos mais duas fases onde potenciamos a eficácia, e o retorno do investimento, uma fase de avaliação, onde podemos implementar diferentes estratégias com vista a medir os resultados da nossa intervenção, e uma fase de acompanhamento que pode passar por acções de consultoria on-job, coaching individual ou de equipa, entre outras.
Ao nível das metodologias, dou-lhe alguns exemplos daquilo que temos tentado apresentar ao mercado, criando diferenciação. O jogo Exploradores, que é uma metodologia de formação exclusiva da IFE, e que utiliza o ambiente de jogo para desenvolver competências em áreas de Management, Atendimento ou Vendas. É uma abordagem divertida, dinâmica e interessante que, de forma lúdica, oferece aos participantes a possibilidade de aplicarem na prática os conceitos da formação, ao mesmo tempo que trabalha a coesão da equipa e a competição saudável entre os colaboradores.
Outro exemplo que gostaria de lhe deixar prende-se com a utilização de técnicas de teatro e dramatização, onde chegamos mesmo a recorrer a actores profissionais de teatro, e que são excelentes formas de treinar comportamentos e atitudes, como por exemplo atendimento, comunicação ou negociação.
Ao nível dos conteúdos procurámos introduzir muitos conceitos diferenciados, e alternativas àquilo que é mais tradicional. Assim, em muitos dos nossos cursos identificam-se aspectos fortes e vincados ligados à inovação, à criatividade, e a novas tendências, por exemplo. Criámos também um produto exclusivo, que designámos por Marcas que Marcam, e que pretende dar uma resposta à necessidade que cada vez mais as marcas têm de fidelizar os clientes pela relação que estabelecem com eles. É um programa de relacionamento com o cliente, centra-se nessa relação e, através de um processo colaborativo, conduz os colaboradores à definição do que é atendimento de excelência da marca que representam.
HR: Ao nivel de Formação, o que vai ser tratado na Expo RH?
PMG: Sabemos que a Expo RH é, sem dúvida, o grande evento dos profissionais de RH em Portugal. É uma montra fantástica e um barómetro importantíssimo. Assim, vamos ter algumas intervenções quer de elementos da nossa equipa, quer de alguns dos nossos formadores, onde vamos procurar dar respostas às questões que muitos dos clientes nos têm trazido, e que reflectem as necessidades que estes tempos conturbados que estamos a viver nos trazem, e que passam por temas como Comunicação Interna, Desenvolvimento de Equipas Comerciais e Liderança.
Para além destas intervenções vamos ainda apostar em demonstrar alguns destes produtos e metodologias novas, realizando workshops, em sessões paralelas ao programa principal da conferência.
HR: Neste contexto de fragilidade económica, quais os principais desafios?
PMG: A formação deve ser um catalisador da transformação organizacional. A formação e capacitação dos colaboradores devem induzir comportamentos de inovação, diferenciação e melhoria de processos, com vista à melhoria do desempenho, e ao aumento da eficácia, e acima de tudo da eficiência. Hoje mais que nunca, a eficiência organizacional é um aspecto fulcral do sucesso das organizações.
Colaboradores mais preparados, mais qualificados, tornam as organizações mais flexíveis, mais adaptáveis e mais competitivas. O grande desafio continua a ser fazer com que os nossos gestores percebam o valor da formação e o impacto que a formação tem no seu negócio.
O que procura o mercado?
Reforçar competências de liderança
- Temas directamente relacionados como gestão de equipas e a comunicação interna, são outras áreas com bastante procura.
Vendas e acção comercial
- A fidelização de clientes é também um tema muito sensível para as empresa.