Trabalhar em excesso mata cerca de 745 mil pessoas por ano

Como a sociedade liga o trabalho à ideia de dignidade, o trabalho é algo extremamente necessário e valorizado

Trabalho e condição social estão directamente ligados, mas também proporcionalmente opostos. Quanto melhor for a condição social, menos se trabalha; quanto pior for a condição social nascer, mais se trabalha.

Um estudo encomendado pela OMS, que financiou a pesquisa, sugere que cerca de 745 mil pessoas morrem todos os anos devido a jornadas de trabalho excessivas. Os número referem-se a descobertas feitas a partir de 2016.

O estudo refere que quanto mais fortes são as leis do trabalho, a população tem acesso a melhores condições de trabalho. O estudo revela que as zonas do mundo mais afectadas pelas cargas horárias abusivas são o Sudeste Asiático e a região do Pacífico Ocidental.

O estudo revelou ainda que os homens são quem mais morre em função das longas jornadas de trabalho, representando 72% da população do estudo. A pesquisa, no entanto, não se debruçou sobre os efeitos da chamada “jornada dupla” –  isto é, chefes de família que trabalham e desempenham um papel indispensável na manutenção da casa e nos cuidado da família, um papel geralmente desempenhado por mulheres.

Como principais colapsos de saúde estão questões cardíacas e neurológicas. A pandemia também tem uma parcela de responsabilidade nos dados recentes. Os novos modelos de trabalho, de acordo com os especialistas, não respeitam, em muitos casos, a carga horária dos contratos. O “home office” acaba por fazer com que o trabalhador sinta a necessidade de estar sempre disponível, o que aumenta os problemas.

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