
Atenção e memória de trabalho estão ligadas, afirma este estudo
Em 1890, o psicólogo William James descreveu a atenção como o holofote com que iluminamos não apenas o mundo em nosso redor, mas também no conteúdo das nossas mentes.
A maioria dos cientistas cognitivos desde então traçou uma distinção nítida entre o que James chamou de “atenção sensorial” e “atenção intelectual”, agora geralmente chamadas de “atenção” e “memória de trabalho”.
Mas James não as via como coisas separadas, e sim como duas variedades do mesmo processo mental.
E uma nova pesquisa feita por neurocientistas da Universidade de Princeton (EUA) dá-lhe razão.
Matthew Panichello e Timothy Buschman confirmaram que a atenção para o mundo exterior e a atenção para os nossos próprios pensamentos são, na verdade, dois lados da mesma moeda neural.
Eles observaram que a atenção e a memória de trabalho partilham os mesmos mecanismos neurais.
Além disso, o trabalho também revela como as representações neurais das memórias e da atenção são transformadas à medida que direccionam o comportamento.
Atenção e memória de trabalho
Numa série de experiências com macacos rhesus, os investigadores descobriram que os neurónios nos córtices pré-frontais que focam a atenção em estímulos sensoriais são os mesmos que focam um item da memória de trabalho.
As representações neurais dessas memórias realinham-se no cérebro, o que pôde ser visto enquanto os macacos selecionavam com quais memórias trabalhariam.
A atenção permite que se concentre os recursos num estímulo específico, enquanto um processo de selecção semelhante acontece com itens na memória de trabalho. Os resultados mostram que o córtex pré-frontal usa uma representação para controlar tanto a atenção quanto a memória de trabalho.
Os investigadores esperam que as descobertas de décadas de pesquisas sobre a atenção possam ser generalizadas para lançar luz sobre outras formas de funções executivas.