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Por que estão as pessoas a deixar os seus empregos? Estudo aponta quatro soluções para reter talento
Após a pandemia da Covid-19, as pessoas têm avaliado os seus percursos profissionais e tem-se registado um ciclo de renúncia aos respetivos empregos ao qual poucas empresas têm escapado.
Na 2.ª edição do Índice de Talentos de 2021, a Beamery, empresa britânica na área dos recursos humanos, entrevistou 5 mil funcionários nos Estados Unidos e no Reino Unido para reunir informações sobre as políticas de local de trabalho no período pós-pandémico e os problemas de retenção de talento que têm atormentado os empregadores. As conclusões do estudo apontam quatro soluções para não só atrair como reter talentos.
1.º Ofereça oportunidades de crescimento na carreira
De acordo com o Índice de Talentos, 83% dos funcionários acham que as empresas deveriam ajudar na progressão na carreira mas 44% dos quais garantiram que os seus empregadores não têm programas de aceleração de talentos.
Se as empresas não derem aos seus funcionários espaço para crescer e com oportunidades de promoção em outros lugares, não podem esperar que o talento permaneça na empresa. Abakar Saidov, cofundador e CEO da Beamery, sustentou a criação de programas de retenção baseados em capacidades. “Quando os funcionários não têm visibilidade sobre as oportunidades, também perdem informações sobre quais as capacidades desejadas que ajudarão a progredir no seu crescimento e desenvolvimento. É importante dar aos talentos indicadores claros de mobilidade dentro da organização para motivá-los a permanecer.”
2.º Não confunda contentamento com felicidade
Cerca de 50% dos entrevistados relataram estar satisfeitos com a forma como os seus empregadores lidaram e apoiaram durante a pandemia mas 53% estão a pensar deixar o seu trabalho no próximo ano, com quase um quarto já à procura.
A comunicação é chave: os líderes devem perguntar regularmente às suas equipas como podem melhorar e o que desejam ver. Há sempre elementos mais competitivos que podem ser atendidos, como trabalho flexível, programas de orientação e sistemas de recompensa.
3.º Alcance equilíbrio entre vida profissional e pessoal
A pandemia deu a alguns funcionários um gosto de equilíbrio entre trabalho e a vida pessoal, melhoradas graças ao teletrabalho. O Índice de Talentos da Beamery aponta que não querem desistir dele. Mais de um terço dos entrevistados acredita que o seu equilíbrio da vida profissional e pessoal foi melhor durante a pandemia, enquanto 42% desejam que o trabalho flexível continue no regresso ao local de trabalho.
“É importante que os líderes garantam aos funcionários que esse equilíbrio continua a ser uma prioridade”, frisou Saidov. “Isso pode ser feito através da adoção de uma abordagem híbrida, no qual os funcionários determinam que opção funciona melhor para eles”, explicou. Assim, os líderes devem estimular a criatividade e pontos de conexão, reservando um tempo para os funcionários realizem projetos paralelos e sigam suas paixões. Agende intervalos e algumas reuniões sem vídeo, por exemplo, para dar alívio mental ao trabalhadores e evite o esgotamento.
4.º Faça da saúde mental uma prioridade
As empresas ainda têm um percurso pela frente para priorizar os benefícios de saúde mental e bem-estar dos funcionários. Quase um terço dos participantes da pesquisa declarou que queria mais apoio à saúde mental no local de trabalho mas apenas 24% sentia que os departamentos de Recursos Humanos estavam a fazer mudanças nesse sentido.
Saidov enfatizou que os líderes devem perguntar como avaliar ou identificar corretamente a saúde mental dos trabalhadores em vez de esperar que os funcionários venham até eles. Buscar iniciativas proactivas para entender melhor as preocupações primeiro é fundamental.