Compromisso com a mudança, uma estratégia de Gestão de Pessoas
Continuamos no caminho do óbvio: o alinhamento entre as estratégias de Gestão de Pessoas e a estratégia de negócio é crucial no atual contexto. Mais que nunca, certamente! Assim como novas linhas de exercício da liderança no presente, mas com uma visão de futuro. É, pois, uma oportunidade única para se implementarem mudanças organizacionais.
Por António Saraiva, Business Development Manager na ISQ Academy
Assegurar-se que a organização tem instaladas as competências necessárias é um dos designíos de quem gere pessoas, assim como demonstrar que existe um compromisso com o seu propósito, assim como garantir-se que toda e qualquer transformação está muito bem planeada e sustentada. Novas ferramentas, competências e políticas exigem-se, de forma a serem atingidos objectivos claros e inequívocos de ambientes de trabalho saudáveis e produtivos.
O desenho de processos de transformação organizacional é obrigatoriamente acompanhado por uma imersão profunda na cultura organizacional. Há sempre que capitalizar os valores por que se pautam as vivências internas, até porque normalmente são a expressão dos comportamentos e padrões éticos que representam a sua marca, seja internamente, mas também para o exterior. Acompanhar a transição digital, por exemplo, não implica tão só reconverter processos técnicos e tecnológicos, há que suportar de forma profunda o impacto nas pessoas e na implicação que tem no seu desenvolvimento.
Gerir pessoas passa pela capacidade de análise de forma a potenciarem-se um conjunto de indicadores que apoiem processos de tomada de decisão, sejam na atracção e retenção de talento, no desenvolvimento de competências e de carreira, ou na estruturação de mecanismos de recompensa, devidamente alinhados com os objectivos estratégicos de negócio. Mas exige-se mais ainda, face ao contexto real: a capacidade de se anteciparem os desafios inerentes à cultura organizacional. É um compromisso de imersão nas diversas redes relacionais, seja dentro de cada uma das equipas, seja com outros stakeholders, em particular clientes e fornecedores. Transformar não é tão somente… mudar. É muito envolver e perseguir o propósito da organização.
Convém, contudo, não colocarmos o ónus de responsabilidade de mudança unicamente na estrutura de gestão de pessoas da organização. É tão só uma peça da engrenagem estratégica, até porque há motores propulsores como são os casos da inovação e tecnologia, para já não falarmos dos desígnios cada vez maiores exigidos pela sustentabilidade.
O que importa, acima de tudo, é pensarmos nas pessoas: sem pessoas, a mudança simplesmente… não acontece! E pensarmos em pessoas, implica uma preocupação exaustiva pelo seu bem-estar, pelo seu desenvolvimento pessoal e profissional. O sucesso do negócio, a respectiva produtividade, remete para um trabalho contínuo sobre os injectores de motivação e satisfação das pessoas. As pessoas querem perceber a visão do local em que trabalham, querem ser agentes activos na construção de uma marca de referência no Mercado. No fundo, querem experimentar um sentimento de orgulho, que sustente uma pertença umbilical à sua organização, tornando um processo de mudança mais facilitado.