Mulheres continuam subrepresentadas nos governos nacionais e na Europa. Que países se destacam pela positiva (e pela negativa)?

Ainda que a legislação europeia tenha vindo a promover a igualdade de género, a verdade é que as desigualdades permanecem, principalmente nas lideranças. Segundo o Euronews, em 50 países, apenas 15 têm uma mulher como primeira-ministra ou chefe de Estado, excluindo os monarcas.

Com a possibilidade de Kamala Harris poder tornar-se a primeira mulher presidente dos EUA na história, o Euronews analisou o cenário europeu.

Na UE, são apenas sete mulheres governantes, embora três dos cargos de topo do bloco sejam ocupados por mulheres: presidência da Comissão Europeia (Ursula von der Leyen), do Parlamento Europeu (Roberta Metsola), e do Banco Central Europeu (Christine Lagarde).

O número de mulheres em cargos de topo aumentou recentemente nos Balcãs, nomeadamente na Eslovénia, Kosovo, Macedónia do Norte e Grécia, que têm uma presidente mulher. Quanto a primeiras-ministras, encontram-se na Bósnia-Herzegovina, Itália, Dinamarca, Letónia e Lituânia.

Países com mulheres como primeiras-ministras ou chefes de Estado

Background

A maioria destas mulheres tem formação em Direito.

A presidente da Eslovénia, Nataša Pirc Musar, é advogada, a presidente da Macedónia do Norte, Gordana Siljanovska-Davkova, é professora de Direito, a presidente do Kosovo, Vjosa Osmani, é académica de Direito e a presidente da Grécia, Katerina Sakellaropoulou, é juíza.

A primeira-ministra da Bósnia, Borjana Krišto, também é licenciada em Direito e a primeira-ministra da Letónia, Evika Siliņa, trabalhou anteriormente como advogada.

As únicas que não têm formação em Direito são a dinamarquesa Mette Frederiksen, a italiana Giorgia Meloni e a lituana Ingrida Šimonytė. Todas elas concluíram estudos superiores, excepto Giorgia Meloni.

História

Países que tiveram uma mulher a governar (excluindo monarcas)

 

Em algum momento no passado, a maioria dos países europeus teve líderes femininas (excluindo os monarcas).

Em Portugal, Maria de Lurdes Pintasilgo foi a única mulher que desempenhou o cargo de primeira-ministra no final da década de 70. Curiosamente, foi a segunda mulher a desempenhar o cargo de primeira-ministra na Europa, dois meses após tomada de posse de Margaret Thatcher no Reino Unido.

Até à data, 15 países da Europa nunca tiveram uma mulher eleita como primeira-ministra ou chefe de Estado, entre eles os Países Baixos, Rússia, Espanha e Vaticano.

Representação europeia

A Finlândia foi o primeiro país europeu a eleger deputadas em 1907, seguida da Noruega, Estónia, Rússia e Ucrânia. San Marino (1974), Andorra (1984) e Liechtenstein (1986) foram os últimos.

Excluindo Andorra, que tem uma proporção de 50/50, as mulheres continuam sub-representadas em todos os países europeus. Islândia, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Noruega ocupam os lugares cimeiros do ranking de deputadas.

Portugal, com 32,6% de deputadas, está abaixo de Espanha (44,3%), Países Baixos (38,7%), França (36%) e Alemanha (35,3%), mas acima de Itália (32,3%), Irlanda (23,1%) ou Grécia (23%).

Ler Mais