Salários em 2025. Veja aqui quanto se vai ganhar (em 16 sectores)
A Michael Page lançar o estudo anual sobre as principais tendências do mercado português de trabalho para 2025 para quadros médios e superiores em grandes empresas. Estabilidade económica moderada, desaceleração dos preços, escassez de talento, regulamentação, crescentes exigências dos candidatos, têm impacto em todos os sectores. O próximo ano de 2025 anuncia-se particularmente complexo com aceleração das transformações no mercado de trabalho.
Entre as principais conclusões por sector e perspectivas salariais para 2025 nos quadros médios e superiores das grandes empresas, destacam-se:
1. Banking: Projectos digitais, projectos ligados à sustentabilidade e processos de desenvolvimento tecnológico caracterizam o sector, e colocam em destaque os perfis de controlo interno, marketing e vendas, seja numa lógica de Corporate & Investment Banking, como de Retail Banking.
O aumento de novas Fintech’s na área de meios de pagamento e a entrada de novas instituições financeiras internacionais a abrirem operação em Lisboa e no Porto traz dinamismo ao sector.
A digitalização e a inovação são factores relevantes, procurando-se profissionais que ofereçam uma combinação de conhecimentos técnicos na área e uma clara orientação para o mundo digital.
As novas gerações valorizam o crescimento profissional, mas também o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Como tal, requisitos como o trabalho remoto ou híbrido, são uma das principais preocupações dos candidatos, o que leva as empresas a apostar no dynamic work, facilitando novos métodos de trabalho, planos de carreira mais adequados, mobilidade interna e outras ferramentas destinadas à retenção de talento.
Como tendência salarial, para a função de Corporate Finance a remuneração pode situar-se entre 32 mil a 90 mil euros, e um analista de Risco até 42 mil euros, enquanto um responsável Financeiro pode auferir até 70 mil euros e a função de Marketing Team leader até 60 mil euros. A nível salarial, deverá manter-se a estabilidade em 2025, com um crescimento dos benefícios sociais para atrair e reter o talento.
2. Customer Service: O mercado de Customer Service está em constante evolução, com a automação, a personalização e o omnicanal a liderar as tendências. Para os profissionais deste sector, a adaptabilidade e as competências tecnológicas são fundamentais para o sucesso e a progressão profissional.
Ferramentas avançadas de trabalho e comunicação têm sido essenciais para o sucesso do trabalho remoto neste sector, garantindo a eficiência e a segurança dos dados processados. No entanto, o mercado enfrenta desafios constantes. Manter a qualidade do atendimento requer consistência e uma formação contínua das equipas. A gestão e a privacidade dos dados, assim como o uso ético da IA, são preocupações prioritárias para as empresas em 2025.
O recrutamento incide nos candidatos com competências tecnológicas e fluência em diferentes idiomas, valorizando ainda as soft skills, com destaque para a comunicação e empatia.
Como referência salarial, nas empresas de grande dimensão e multinacionais, a função de Customer Service specialist, pode ganhar até 21 mil euros por ano, operador de Backoffice (Português), até 17 mil euros enquanto para uma língua nórdica pode ascender aos 42 mil euros. Para a função de Contact Center manager, o plafond máximo pode ir até aos 85 mil euros.
3. Engineering & Manufacturing: 2024 foi um ano de novos desafios e oportunidades para o setor industrial em Portugal, reflectindo as mudanças globais e as dinâmicas internas do mercado, que levaram as empresas a repensar estratégias e a adaptar-se a novas realidades. Contudo, a resiliência do sector industrial continua a manifestar-se, impulsionada por avanços tecnológicos e pela procura constante de eficiência e inovação.
A escassez de talento qualificado continua a caracterizar o mercado de trabalho, com uma procura acentuada por perfis técnicos e operacionais. Entre as funções mais procuradas, destacam-se os engenheiros de processo, gestores de produção, responsáveis de manutenção e especialistas em automação e digitalização industrial. Esta escassez desafia as políticas de recursos humanos, que, além de salários competitivos, precisam de oferecer mais benefícios, como novas formas de flexibilidade e oportunidades de desenvolvimento profissional, para responder às expectativas de uma nova geração de colaboradores.
Este é um momento de transição e transformação, em que as indústrias são obrigadas a questionar os seus métodos e abraçar novas abordagens para prosperar num mundo em constante mudança. Nesta área, como indicação, os valores para a função de director-geral podem variar entre os 110 mil a 170 mil euros, e o director de operações pode auferir até 92 mil euros.
Os níveis salariais em áreas técnicas de engenharia têm vindo a crescer nos últimos anos, com aumentos de 20% nos últimos dois anos em áreas como a automação e robótica, gestão de projectos, manutenção, engenharia de campo e logística.
4. Finance: A perspectiva geral do sector tem mantido a tendência de mudança, acompanhando as alterações geopolíticas de 2024 e as consequentes flutuações nos mercados financeiros nacionais e internacionais. A acompanhar essas alterações, mantêm-se elevados níveis de procura por perfis de contabilidade, tanto em contexto de consultoria/outsourcing, como para departamentos financeiros, assim como de perfis de controlo de gestão ligados ao desenvolvimento do próprio negócio.
Assiste-se a uma tendência de profissionalização dos departamentos financeiros, nomeadamente no que respeita ao contexto das PME, que têm vindo a procurar acrescentar quadros financeiros especializados às suas equipas.
De igual modo, as multinacionais e grandes empresas valorizam as funções financeiras para efeitos de suporte à tomada de decisão estratégica, criando cada vez mais especializações internas.
Na procura do talento, as competências comportamentais e sociais ganham relevância relativamente à componente técnica. O mercado mantém-se dinâmico, e continua a observar-se uma grande movimentação de perfis, maioritariamente financeiros e de contabilidade, apresentando enormes desafios no recrutamento de profissionais especializados.
Atravessa-se uma fase em que “são os candidatos que entrevistam as empresas”, o que exige uma constante adaptação do tecido empresarial às novas dinâmicas, motivações e ambições dos profissionais financeiros, e tem impulsionado o aumento salarial para funções de direcção neste sector. No topo da tabela de remuneração, o director Financeiro pode auferir até 140 mil euros enquanto o responsável Financeiro aufere até 73 mil euros e para a função de controller Financeiro até 49 mil euros. A função de Contabilista Certificado tem o teto máximo de 56 mil euros.
5. Healthcare & Life Sciences: O sector mantém o crescimento, com o aumento do recrutamento em várias áreas funcionais, com foco nas Vendas e no Marketing. Todas as funções comerciais, ocupam o topo do ranking das funções mais recrutadas.
De salientar também o aumento significativo da procura por perfis especializados nas áreas Digital, Ecommerce e E-KAM. Seguem-se os perfis de Qualidade e direcção Técnica (QP’s). Por outro lado, as posições que têm surgido com menor frequência são as funções do departamento Médico e Acesso ao Mercado (posições geralmente mais estáveis, mas que já tiveram anos de maior dinamismo).
Verifica-se uma clara aposta nos perfis de liderança/gestão de pessoas, nas posições a nível nacional, assim como nos profissionais com experiência de desenvolvimento de negócio em mercados externos. Este continua a ser também um “mercado de candidatos”, onde as pessoas procuram rever-se nos valores e cultura das empresas, revelando-se bastante atractivo para profissionais de outros sectores e de muita ambição para quem dele já faz parte.
De forma geral, as empresas continuam a procurar candidatos altamente especializados, mas valorizam a versatilidade, com backgrounds nas áreas das Ciências da Saúde, no entanto, contrariamente ao verificado noutros anos, este requisito já não tem sido um fator de exclusão. De notar que os MBA para funções de gestão e os PhD para funções mais científicas, continuam a ser uma mais-valia. O domínio do inglês, seguido do espanhol, fortes competências relacionais e analíticas, perfil, ou potencial perfil de liderança são, cada vez mais, factores decisivos nos processos de recrutamento.
No processo de recrutamento, as competências comportamentais dos candidatos para as funções a desempenhar são um requisito. Para funções seniores, valorizam-se percursos profissionais robustos, maturidade e, geralmente, um maior nível de compromisso. Para funções juniores, procura-se um background académico sólido, ambição e capacidade de trazer novas ideias. Nesta camada mais jovem têm-se encontrado maiores dificuldades na retenção de talento.
Em termos salariais, no topo da tabela de remuneração, o perfil de Business Unit manager/director pode auferir até 150 mil euros. Segue-se o de Sales & Marketing manager até 93 mil euros e sales manager até 82 mil euros.
6. Hospitality & Leisure: 2024 foi, novamente, um ano de evolução para este sector, que continua a ser um grande impulsionador da economia portuguesa, mantendo-se a previsão de elevado crescimento em 2025.
No que respeita ao recrutamento, observa-se particular procura por perfis mais operacionais. O aumento da oferta, mas também as especificidades do sector, fazem com que seja difícil atrair talento, razão pela qual as empresas têm apostado, não só no desenvolvimento interno das suas equipas, mas também na melhoria das condições salariais, de forma a diminuir a rotatividade.
Num contexto de forte concorrência e confrontadas com a escassez de talento, as empresas terão de responder ao complexo desafio de desenvolver estratégias de retenção para manter a relevância e a competitividade.
A nível de remuneração, um director-geral de Operações pode auferir até 118 mil euros na zona do Porto e um director de Hotel até 90 mil euros, na zona de Lisboa. Um chef executivo pode auferir até 88 mil euros.
7. Human Resources: A tendência de profissionalização do sector avança, a par com um maior reconhecimento da importância estratégica das funções de Recursos Humanos, como elementos fundamentais para o desenvolvimento do negócio e empresas, e adaptação às contantes mudanças.
Verifica-se um aumento no investimento em gestão e desenvolvimento de talento com ferramentas de Recursos Humanos nas PME, enquanto nas empresas com equipas e procedimentos já consolidados, a aposta está cada vez mais voltada para uma abordagem analítica e interdisciplinar.
As posições generalistas e com capacidade de serem verdadeiros parceiros de negócio são as mais procuradas, dada a necessidade de aproximar os Recursos Humanos dos restantes departamentos. Por outro lado, a tecnologia promoveu a procura de perfis transversais, que contribuam com novos conhecimentos, como finanças, análise de dados, ou sistemas informáticos. Observa-se uma maior procura de perfis de HR Operations, destacando a importância de indicadores no setor de Recursos Humanos, através do desenvolvimento de KPIs, esquemas de Payroll, forte planeamento de C&B e controlo de custos.
As empresas procuram perfis polivalentes, que demonstrem proactividade e elevada orientação para o cliente interno. Neste sentido, as competências de comunicação, organização e atenção ao detalhe são muito valorizadas.
Relativamente à remuneração, nas grandes empresas e multinacionais, um director de RH pode auferir entre 49 mil a 100 mil euros, enquanto numa PME e empresa nacional o salário oscila entre os 35 mil a 70 mil euros.
8. Information Technology: A tendência de crescimento no mercado de IT mantém-se, acentuando-se o desequilíbrio entre a procura e a oferta de perfis. Em 2024, verificou-se um aumento na procura de profissionais, não só com competências tecnológicas especializadas (nas áreas de Cyber Segurança, IoT, Cloud, CRM, ERP, Machine Learning e Big Data) mas também com um conhecimento mais específico das áreas de negócio associadas.
No que diz respeito a perfis com menor experiência profissional, as empresas continuam a valorizar candidatos que apresentem um background universitário consolidado. O mercado tornou-se mais exigente e procura profissionais que saibam conjugar as hard skills com as soft skills. Assim, a liderança, a empatia, a capacidade de comunicação e de resolução de problemas são algumas das competências cada vez mais valorizadas.
Por outro lado, os candidatos procuram empresas que lhes permitam consolidar os seus conhecimentos de forma a atingir diferentes patamares de progressão de carreira, seja a nível tecnológico ou de gestão.
O salário, a flexibilidade de trabalho remoto, o ambiente tecnológico, a natureza dos projectos, ou as responsabilidades da função são elementos relevantes no processo de tomada de decisão, assim como os benefícios associados.
Como referência, um Chief Tecnology Officer (CTO) pode auferir anualmente até 140 mil euros, um Chief Information Officer (CIO) entre 80 mil euros a 120 mil euros e um IT Manager cerca de 100 mil euros.
9. Insurance: No decorrer de 2024 assistiu-se a uma tendência pela procura de profissionais na área financeira, nomeadamente, com skills a nível de risco, FP&A, planeamento e controlo de gestão. Consolidaram-se as áreas de Transformação e Inovação, Desenvolvimento de Negócio, Parcerias Employee Benefits e Gestão de Projectos. O Digital foi também uma área de destaque, com enfoque em ferramentas de IA.
Ao nível de áreas técnicas, mantém-se a tendência nas áreas de Subscrição, Sinistros, Data Analytics e Actuariado.
O Investimento na área de Human Resources, numa vertente estratégica, também foi visível na maioria das organizações, com vista a trabalhar liderança, cultura e, deste modo, actuar sobre a retenção de talento.
A flexibilidade (modelos de trabalho híbridos) continua a ser uma opção importante no recrutamento, e registou-se um aumento generalizado dos pacotes salariais para todas as funções, embora não tenha acompanhado a inflação. A título de exemplo, as remunerações para funções técnicas como a de gestor de Sinistros começam nos 17 mil euros (na zona do Porto) até 68 mil para o actuário sénior na zona de Lisboa. Nas funções de negócio, um director Comercial Brookers pode auferir até 120 mil euros, na zona de Lisboa.
10. Logístics & Supply Chain: Em 2024 observou-se um forte aumento na procura de profissionais de Logistics & Supply Chain, sobretudo em sectores industriais de Retalho ou Construção. Assiste-se a uma inversão neste mercado, onde a procura por estes profissionais é já superior à oferta.
Os perfis mais procurados são, essencialmente, de middle management, onde se destacam as funções de Customer Service, supervisor de Logística, responsável de Operações ou comprador sénior. Também cresceu a procura das posições de Top Management, nomeadamente, director de Operações, director de Logística, director de Supply Chain e director de Compras.
Na atracção de talento, factores como uma forte cultura empresarial que contemple um plano de progressão de carreira bem definido e um pacote de fringe benefits diversificado (ginásio, seguro de saúde, fundo de pensões, entre outros), além de considerar a saúde e a flexibilidade, são uma mais-valia.
Relativamente à remuneração, a procura por profissionais qualificados contribuiu para o aumento das expectativas salariais. A progressão salarial constante, baseada em objectivos, é também uma tendência. Na área de Supply Chain, a função de Supply Chain analyst pode auferir até 28 mil euros e um director de compras (Procurement director) até 110 mil euros, enquanto na área de Logística, o plafond de remuneração máximo de 95 mil euros cabe ao cargo de director.
12. Retail: Observou-se instabilidade em 2024, no que diz respeito aos processos de recrutamento e selecção, com processos onde imperou a urgência e que foram fechados em menos de uma semana, e cancelamento de outros devido a perdas de investimento ou alterações na estratégia.
Num contexto de mercado igualmente atípico, com a entrada contínua de empresas novas em Portugal e crescente expansão das existentes, são cada vez mais os perfis de sede que vêm o Retalho como um sector muito atractivo, de rápido crescimento e onde a aprendizagem é diária, pelo ritmo a que os temas exigem ser trabalhados. Este foi um ano em que, a este nível, foram recrutadas várias posições analíticas, de CRM e estratégia.
Não obstante, do ponto de vista da retenção, é na operação que se verifica o maior índice de rotatividade e onde as empresas têm de colocar o seu foco. Em 2024 foi visível o esforço que as empresas fizeram para corresponder às expectativas de remuneração por parte dos profissionais, mas ainda assim existem condicionalismos relacionados com a estabilidade de horários e equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
Relativamente à remuneração, nas funções de Compras, o Retail manager pode ganhar entre 42 e 70 mil euros, enquanto nas funções de Operações no retalho alimentar e especializado de grande dimensão, a remuneração máxima de 84 mil euros cabe ao director Comercial de Retalho. Nas funções de Operações na área da restauração, o director pode auferir até 70 mil euros.
13. Sales & Marketing: Em 2025, o mercado de trabalho em Sales & Marketing, em Portugal, deverá continuar a transformar-se num ambiente de alta competitividade e inovação. A inflação e a necessidade de reter talento exigem que as empresas ofereçam aumentos salariais significativos, situados entre 4% e 9%, para atrair profissionais qualificados. As organizações estão a investir em pacotes de compensação atractivos e em ambientes de trabalho que promovam o crescimento e o desenvolvimento contínuo.
Profissionais com formação académica sólida, experiência internacional e domínio de inglês são particularmente procurados. Na área de Sales, a procura é intensa por profissionais com competências em vendas consultivas e técnicas, com capacidade de apresentar soluções personalizadas e construir relações duradouras com os clientes. É igualmente valorizado o conhecimento aprofundado do sector e capacidade analítica, fundamentais para o sucesso a longo prazo.
No Marketing, a digitalização e o uso estratégico de dados tornaram-se indispensáveis. As empresas estão a focar-se em competências digitais e analíticas para criar e medir estratégias eficazes. Soft skills como liderança, inovação e comunicação, são cruciais para navegar num ambiente de trabalho em rápida mudança e altamente competitivo.
Nas funções de marketing e comunicação generalistas, um director de Marketing pode auferir até 85 mil euros e um director de Comunicação 72 mil euros, enquanto nas funções ligadas ao marketing digital, o head of Digital pode auferir até 80 mil euros. No Digital, o plafond máximo é de 110 mil euros para a função de director de e-Commerce.
14. Shared Services Centres (SSC): O paradigma dos SSCs tem evoluído devido ao sucesso dos atuais players, que assumem maiores responsabilidades técnicas e estratégicas. As equipas de SSCs estão a tornar-se fundamentais nas empresas, contribuindo para a transformação e automação de processos em larga escala. A confiança nos SSCs cresceu, resultando numa ampliação de scopes e um aumento no interesse de investidores internacionais.
Há uma forte procura por profissionais especializados, valorizando-se a formação académica, experiência internacional e conhecimento de idiomas, o que levou a grandes projectos de recrutamento. As empresas estão a mudar as suas abordagens de emprego para se focarem mais no propósito e na personalização, além de investir em trabalho remoto.
No entanto, enfrentam desafios na atracção e retenção de talentos, com salários em alta, especialmente em funções com competências linguísticas. Com a maturidade dos centros existentes, que oferecem serviços de qualidade e um bom retorno sobre o investimento, prevê-se aumentar o número de processos e ampliar o scope dos actuais. Os Shared Services Centres históricos estão a criar departamentos estratégicos, enquanto novos players implementam Centros de Excelência com alta responsabilidade.
Observa-se um aumento na remuneração das funções, com destaque para o manager (head of SSC / head of GBS) pode atingir os 160 mil euros, Accounts Payable manager até 65 mil euros, Purchase-to-Pay Team leader até cerca de 45 mil euros, enquanto um especialista Purchase-to-Pay pode auferir cerca de 31 mil euros.
15. Tax & Legal: O volume de pedidos de recrutamento no setor jurídico, predominantemente nas sociedades de advogados, continua elevado, com foco nos advogados recém-agregados (até cinco anos pós agregação). Essa procura está relacionada com a alta rotatividade entre advogados juniores, que têm como expetativa não apenas salários atrativos, mas também flexibilidade, um bom ambiente de trabalho e benefícios adicionais. Embora a procura por perfis seniores se tenha mantido, as áreas de destaque incluem Contencioso, Direito Público, Corporate e M&A, Direito do Urbanismo e Direito Fiscal. As empresas demonstram interesse por profissionais versáteis e generalistas, além de especialistas em Direito Público, Imobiliário, Bancário, Financeiro, Fiscal, Proteção de Dados e Compliance.
O último ano evidenciou movimentações de equipas entre sociedades de advogados, assim como fusões de sociedades de médio porte com grandes firmas. A procura por advogados portugueses por parte de sociedades internacionais, especialmente de países como Inglaterra, Luxemburgo e Estados Unidos, desafia a retenção de advogados juniores.
No sector da consultoria fiscal, observa-se rápida evolução com investimentos em tecnologia e compliance digital. A fiscalidade internacional está em ascensão devido ao aumento da complexidade regulatória. O sector também enfrenta alta rotatividade entre consultores, especialmente nas grandes consultoras, com muitos profissionais a optarem por fazer a transição para o cliente final por questões relacionadas com a estabilidade e equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Como exemplos de remuneração nas sociedades de advogados, um advogado associado com quatro a sete anos pós agregação ronda os 68 mil euros como teto máximo, enquanto um advogado com mais de 10 anos pode auferir até 150 mil euros.
16. Secretarial & Business Support: Nos últimos anos, tem-se observado uma crescente especialização nos perfis de Assessoria, com organizações multinacionais à procura de candidatos altamente diferenciados que possuam visão estratégica e compreensão ampla dos negócios. Há uma forte procura pelo domínio de ferramentas como Excel e, actualmente, o inglês é requisito obrigatório em cerca de 90% dos processos de selecção.
Nos perfis executivos, especialmente para apoio à administração e comissões executivas, destaca-se a formação em Gestão ou Direito, além da realização de cursos executivos ou MBAs, com ênfase crescente em soft skills. Em empresas menores, valorizam-se perfis mais transversais, capazes de desempenhar diversas funções.
Quanto a remunerações, perfis qualificados como o de secretária de CEO pode auferir o valor de 50 mil euros por ano, seguindo-se a de secretária de Presidência com cerca de 45 mil euros e a secretária de Administração com um máximo de 38 mil euros por ano, na zona de Lisboa. Para as mesmas funções, os valores na zona do Porto são de 46 mil euros (CEO e Presidência) e 35 mil euros para a secretária de Administração.