
Esta empresa de tecnologia vai contratar um chatbot de IA. A vaga está disponível no Linkedin
E se, em vez de serem vistos apenas como uma ferramenta de trabalho, os chatbots de IA fossem adoptados como mais um membro da equipa? A EBN explica.
Até 2028, a Gartner prevê que 33% das aplicações de software empresarial incluam o “agente de IA “, um software capaz de executar tarefas no local de trabalho, recolher dados, tomar decisões simples e aprender e adaptar-se sem envolvimento humano. Mas para aproveitar todo o potencial da IA, as empresas devem considerar como seria trabalhar lado a lado com esta tecnologia — a Sensay, uma startup de desenvolvimento de IA, está a fazer exactamente isso ao contratar o seu primeiro colaborador de IA.
«Acho que “agente de IA” é demasiado científico e vago, é como se houvesse uma figura encapuzada a vir roubar-lhe o emprego», diz Dan Thomson, fundador e CEO da Sensay. «Ao posicionar [estas ferramentas de IA] como um colega em vez de um agente externo, a IA torna-se essencialmente parte da equipa — algo com que trabalhar, e não um inimigo.»
A vaga está aberta a candidaturas através do site da empresa e no LinkedIn. A posição é anunciada como full stack developer com tecnologia de IA, capaz de escrever código e documentação técnica, bem como testar e corrigir bugs no software. Espera-se também que contribua activamente para a comunicação no local de trabalho, fornecendo actualizações sobre projectos e participando em discussões em toda a empresa com uma personalidade realista e cativante.
Quanto a quem será responsável por se candidatar fisicamente à vaga em aberto e passar pelo processo de entrevista, serão os full stack developers humanos encarregues de criar o “colaborador de IA” que a Sensay procura. De acordo com Dan Thomson, esse colaborador deverá estar funcional quando for integrado, mas é provável que haja um período de adaptação, uma vez que o programa é adaptado às necessidades da Sensay. O programador será mantido numa posição assalariada para proceder a quaisquer actualizações e melhorias contínuas que o programa possa necessitar no futuro.
«Queremos trazer este colaborador de IA a bordo e levá-lo ao limite, exigindo o mesmo nível de talento, trabalho e cooperação que esperamos da nossa equipa humana», diz Thomson. «Haverá pessoas a perguntar se a IA é capaz de fazer tudo isto e se pode fazê-lo segundo os mesmos padrões de um colaborador humano. [A isso] digo que uma das maiores coisas que impedem o potencial total da IA no local de trabalho é a falta de imaginação e o medo de correr riscos.»
As organizações não são as únicas a hesitar. À medida que a IA ganha mais força no local de trabalho, os colaboradores têm manifestado a sua apreensão em relação à nova tecnologia, especialmente no que diz respeito à segurança dos seus empregos.
Aproximadamente 30% dos trabalhadores em todo o mundo expressam a sua preocupação de que a IA possa substituir os seus empregos nos próximos três anos, revelou um estudo da PwC. E de acordo com o último Future of Jobs Report do Fórum Económico Mundial, 41% das empresas globais estão actualmente a considerar reduzir a sua força de trabalho até 2030 para optar por soluções baseadas em IA.
Ainda assim, Thomson defende que os colegas de IA não são realmente a ameaça que os seus colegas humanos temem que sejam.
«A IA tem a capacidade de melhorar e elevar os talentos humanos ao automatizar as tarefas mais repetitivas e mundanas e abrir espaço para que possamos direccionar tempo e esforço para o trabalho que exige pensamento crítico e criativo. Pode também contribuir cada vez mais — em vez de substituir — para a criatividade humana. E só o pode fazer se for visto como um colega, e não como um concorrente.»
A Sensay prevê que os seus colaboradores de IA reduzam em cerca de 15% as decisões diárias de trabalho, o que poderá levar a um aumento de 61% na eficiência dos colaboradores devido a tarefas automatizadas e a um fluxo de trabalho melhorado.
«A IA é o futuro do trabalho e ainda estamos na linha de partida. Reformular o diálogo em torno da IA no local de trabalho é realmente crucial para tornar esta transformação digital o mais suave possível e garantir que nenhuma empresa fica para trás na transição», conclui Thomson.