
2024 registou o número mais alto da última década de mulheres empregadas em regime de jornada reduzida
As mulheres apresentam níveis de qualificação superiores aos homens, superando-os em 30% no que diz respeito à obtenção de certificações de nível superior. Contudo, em 2024 havia 281.300 mulheres empregadas em regime de jornada reduzida – o número mais alto da última década.
Estas são apenas algumas das conclusões da análise da Eurofirms – People First aos dados disponíveis (INE, Ministério do Trabalho) sobre a equidade laboral no mercado de trabalho português, tendo em conta a celebração do Dia Internacional da Mulher, que se celebrou a 8 de Março.
Em termos absolutos, mais de 2.5 milhões de mulheres estavam a trabalhar em 2024, representando assim 50% da população empregada em Portugal. No entanto, a análise da Eurofirms expõe que, apesar de cada vez mais preparadas para o mercado de trabalho, as mulheres continuam a sacrificar mais horas de trabalho e rendimentos para se dedicarem à vida familiar e ao cuidado dos filhos. A maternidade agrava este fosso. Os dados revelam que, quando são mães, as mulheres têm 5,5 por cento mais contratos a tempo parcial do que os homens.
Os dados revelam ainda uma segregação ocupacional evidente. As mulheres estão mais presentes em sectores da Saúde e Apoio Social, Educação e Hotelaria e Restauração. Em contrapartida, os homens dominam sectores como Construção, Indústria Transformadora e Reparação Automóvel.
De acordo com João Lourenço, Business leader em Portugal, «esta análise da Eurofirms reforça a necessidade de repensar a equidade laboral, já que, apesar de na última década as mulheres passarem a representar uma força significativa no mercado de trabalho, com uma aposta sólida em formação para a aquisição de competências, continuam a encontrar barreiras significativas no mercado de trabalho.»