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Por um Portugal melhor, mais saudável e sustentável
O “Primeiro Grande Inquérito sobre Sustentabilidade”, promovido pela Missão Continente e ICS da Universidade de Lisboa, traça o retrato da sociedade portuguesa em matérias como o consumo sustentável, investimento e políticas públicas.
Desde o início da crise económica, 70% dos portugueses alteraram os seus hábitos de consumo, concluiu um estudo promovido pela Missão Continente, com coordenação científica do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa.
O estudo foi apresentado ontem, a 6 de Setembro, no auditório do ICS em Lisboa, num evento que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do Ministro do Ambiente, José Pedro Matos Fernandes e do Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva.
Para o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa «a primeira palavra a este inquérito é de elogio. Quer saber-se o que os portugueses pensam sobre eles próprios e essa informação, tratada cientificamente, é muito interessante. Este tipo de trabalho não é só um retrato do País, é um catalisador do futuro dos portugueses. Temos de complementar a perspectiva económico-financeira com uma perspectiva sociocultural, permanente. É da simbiose das duas que resulta aquilo que precisa o País».
Para Luís Moutinho, CEO da Sonae MC (na foto), «Para a Missão Continente é importante perceber como é que os portugueses vêem o seu futuro e o do País e quais as suas prioridades para que possamos garantir um futuro mais sustentável. Esta é a razão principal pela qual entendemos realizar o Primeiro Grande Inquérito à Sustentabilidade em Portugal, com a coordenação científica do Instituto de Ciências Sociais. Acreditamos que desta forma a Missão Continente conseguirá ir cada vez mais ao encontro das expectativas e necessidades dos Portugueses e contribuir para um Portugal melhor, mais saudável e sustentável».
Dentro da matéria de consumo sustentável e alimentação, o estudo procurou perceber quais os impactos da crise no consumo e alimentação dos portugueses. Para além das promoções, 35% dos portugueses passou a optar por produtos mais baratos, 31% a frequentar menos restaurantes e 30% a comprar produtos de marca própria. As marmitas no trabalho (14%) e o cultivo próprio de legumes (11%) foram outras alternativas mencionadas pelos inquiridos. Mesmo assim, 3 em cada 10 portugueses afirma não ter alterado os seus hábitos de consumo.
Mesmo com o aumento da preocupação com as economias domésticas da maioria, o estudo demonstrou que os portugueses continuam a valorizar a qualidade e a origem dos alimentos. Quando questionados sobre os critérios fulcrais para a compra de produtos alimentares, 86% dos inquiridos afirmou valorizar a frescura e um preço justo, 79% o prazo de validade e 63% os produtos nacionais.
No Primeiro Grande Inquérito sobre Sustentabilidade, os portugueses foram também questionados sobre as suas principais preocupações alimentares: 77% refere o desperdício alimentar, 76% a contaminação por bactérias como a salmonela, 74% o potencial cancerígeno das carnes processadas e 72% a presença de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs).