Já tomou a sua pílula de conhecimento?

Opinião de Filipe Carrera

Formador internacional e especialista em networking

Todas as organizações têm necessidade de formar Recursos Humanos para alcançar os seus objectivos organizacionais.

No entanto, vivemos um momento de constante mudança em que a formação técnica tem um prazo de validade cada vez menor, devido às modificações introduzidas em produtos e serviços. Por outro lado, com a crise financeira internacional, em termos médios, os recursos disponíveis para actividades formativas foram reduzidos e simultaneamente foi reforçada a necessidade de provar o retorno do valor investido nas acções de formação. Estamos perante um paradoxo, nunca foi tão necessária a formação de RH e simultaneamente os recursos financeiros disponíveis para esta área foram significativamente reduzidos.

Este paradoxo, criou uma oportunidade para repensar o formato das soluções formativas e mesmo questionar se podemos continuar a utilizar as soluções tradicionais de formação. As soluções de formação tradicionais ao nível do saber-fazer têm limitações diversas, que importa analisar:

A falta de nivelamento do conhecimento dos participantes à entrada da formação, implica que o formador seja obrigado a utilizar a repetição como forma de reforçar a aprendizagem dos participantes com menores conhecimentos, correndo o risco de perder os participantes com maiores conhecimentos de partida. Qualquer formação técnica aborda em pouco tempo uma quantidade de passos e procedimentos que são impossíveis de memorizar na totalidade, por essa razão são produzidos materiais didáticos complementares com o objectivo das pessoas os utilizarem posteriormente em contexto laboral.

A prática habitual dos bancos da escola de tirar notas de tudo o que o professor diz na sala de aula sem sentido crítico, é adequado num sistema que privilegia a memorização ou quando se tem a consciência que no momento em que tomamos nota é uma das últimas oportunidades que temos para ter todos os passos de um procedimento. No entanto, numa formação técnica a tentativa de recolha de todos os passos e procedimentos desta forma pode fazer que essa recolha se transforme num fim em si mesmo, resultando na perda de informação vital. As acções de formação tradicionais não têm uma lógica “just-in-time”, o mesmo é dizer que o conteúdo escolhido para uma acção de formação procura suprir necessidades presentes e futuras, esperando que as pessoas retenham o conhecimento transmitido até ao momento em que o necessitem na sua função. A utilização de computadores por parte dos participantes numa tentativa de reproduzir procedimentos, fora do contexto do posto de trabalho resulta em vários problemas: os participantes tendem a tentar não perder de vista o que o formador está a fazer, isto é, a prioridade do participante é não ficar para trás, mesmo que isso signifique não reflectir sobre a razão subjacente a realizar determinado procedimento, tornando a formação num processo mecânico não reflexivo. Os computadores poderão distrair os participantes se outras aplicações estiverem disponíveis. O computador, quer seja de mesa ou portátil, em frente a cada participante, cria automaticamente uma barreira psicológica ao contacto e troca de impressões que se quer fluida numa sala de formação.

Torna-se necessária a criação de uma ferramenta que permita a captura de conhecimento tácito na organização colocando à disposição de todos os colaboradores.

Essa ferramenta é a Knowledge Pill (Pílula de Conhecimento), uma pequena unidade de conhecimento em formato multimédia para utilização numa perspetiva de aprendizagem “just-in time”. A ideia subjacente à denominação Knowledge Pill, é que à semelhança dos comprimidos que tomamos para obter alívio imediato de um qualquer estado de doença, permitem ao seu utilizador superar imediatamente uma situação em que existe uma falta de conhecimento que necessita de ser suprida de imediato.

As principais vantagens da utilização da metodologia (http://www.edupills.eu/):

» Facilita o saber-fazer.

» Transforma cada colaborador num agente formativo no interior da organização.

» Permite desenhar formação à medida das necessidades de uma função.

» Consolida o conhecimento existente no interior da organização.

» Evita a repetição permanente de processos de formação informal.

» Reduz custos com a formação tradicional.

» Permite formar colaboradores, clientes e parceiros.

» Ter formação no momento em que é necessário e quantas vezes for necessário.

» As pessoas aprendem melhor a ver do que a ler.

» É particularmente eficaz em ambientes em que haja rotação de pessoal.

» Não são necessários conhecimentos prévios para ser formado através desta metodologia.

» A velocidade da criação de conteúdos formativos é imbatível.

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