A doutrina do meio termo
Por Vera Norte, Co-Founder & Managing Partner do Comunicatorium
De acordo com a famosa doutrina de Aristóleles a virtude está no meio termo … será?
O que dizer se aplicarmos esta doutrina à gestão de pessoas?
Hoje falamos cada vez mais em diversidade, em flexibilidade, em aceitar e multiplicar diferenças, em potenciar novas competências.
Também cada vez é maior o nosso conhecimento do ser humano quer do ponto de vista da análise individual quer das equipas. Novas ferramentas de auto-conhecimento e de modelos de diagnóstico individual e de equipas são cada vez mais utilizadas nas áreas de RH. E embora tenhamos sempre a tendência de nos arrumarmos em “caixas”, não há dúvida de que somos enquanto individuos e enquanto grupos de individuos, diferentes. Diferentes na cultura nos valores, na forma como comunicamos.
Se queremos organizaçoes flexiveis e diversas, acredito que uma grande mudança tem de ocorrer na forma como gerimos as pessoas nas organizações. As regras feitas para a “média” irão ser cada vez mais questionadas e cada vez menos adaptadas ao que se pretende que seja a resposta das pessoas nas organizações.
Não é só uma questão de liderança, é preciso que haja capacidade na organizaçao para dar respostas flexiveis e adaptadas a cada equipa e a cada colaborador.
Este é sem dúvida um dos grandes desafios para a gestão de recursos humanos no sentido da flexibilização de normas e regras nas empresas já que algumas delas podem ter um impacto significativo na motivação dos colaboradores.
É peciso repensar e orientar estratégias e políticas no sentido das pessoas, das suas necessidades e neste contexto, claramente “no meio não está a virtude”.
No meio está muitas vezes o que não satisfaz ninguém, quantas vezes por falta de coragem de abrir as exceções, de ser mais flexivel e ir cada vez mais ao encontro da satisfação e do melhor desempenho de cada um.
Se querem uma imagem futebolistica, imaginem o que é escolher 11 jogadores de futebol mas depois posicioná-los todos, sempre, a meio campo 😉