A IA veio para ficar na gestão de RH?

Por Rita Lima, People & Talent manager, KCS IT

A Inteligência Artificial (IA) está a revolucionar o mundo actual, a nivel da eficiência e produtividade, tanto nas nossas vidas pessoais como a nível profissional. Podemos elencar dois tipos desta ferramenta: Narrow AI, que é aquela que facilmente reconhecemos (a Siri, a Alexa, o ChatGPT e o Gemini) que foram desenvolvidas para “fazer” tarefas específicas; e a General AI, que, basicamente, são máquinas que conseguem compreender, aprender e “reproduzir” inteligência semelhante às capacidades humanas.

No caso de RH, a que tem mais impacto é a Narrow AI ou a “weak AI” que foi criada para tarefas específicas. Assim, podemos utilizá-la de várias formas como triagem automática de CV, fazer um uma melhor “correspondência” de um candidato para a posição, feedback contínuo e monitorização, análise da retenção etc.  Falando na minha experiência e da minha empresa, em específico, o uso principal foca-se no recrutamento. Utilizamos plataformas como o ChatGPT, para procurar questões técnicas/funcionais orientadas aos perfis que entrevistamos, procurar informação sobre tecnologias emergentes que ainda não temos muita informação, criação de anúncios, informações sobre o mercado de IT actual, entre outros.

A Narrow AI é uma forma simplificada e eficiente de obter informação que, anteriormente, teríamos de ir buscar a diferentes fontes e onde dispenderíamos o dobro do tempo. A nossa utilização da IA ainda está numa fase embrionária e ainda se foca, principalmente, no ChatGPT. Tendo isto em consideração, os principais benefícios que encontramos focam-se, princialmente, numa maior capacidade de gestão do tempo, uma vez que há processos que podemos optimizar, temos uma maior capacidade de validação dos nossos candidatos, com um maior entendimento das suas funções e conseguimos ter uma maior noção e conhecimento do mercado em que estamos inseridos.

Recentemente, perguntaram-me se era capaz de me ver a trabalhar sem a IA. A resposta que dei foi que sim, já trabalhei vários anos sem esta ajuda. Agora, se me perguntarem: como é que preferes trabalhar? Respondo, 100% com o auxílio da IA.

Com a mudança, também surgem preocupações e desafios, como por exemplo, os impactos sociais que tem, o receio de a IA vir substituir a força humana, preocupações a nível de segurança, regulação e “bias” (preconceito). Contudo, e tendo em conta o mercado que trabalhamos, é imperativo conseguirmos adaptar-nos e adoptar as vantagens da IA, acompanhando a sua evolução e criando “métodos” para lidar com os problemas.

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