As duas imagens de Portugal

Ricardo Florêncio

Director da Revista HR Portugal

Editorial publicado na edição de Abril de 2012 da revista HR Portugal

Escrevo este editorial, um dia depois de mais uma greve que afectou um elevado número de pessoas que necessitam dos transportes públicos para se deslocarem para os seus locais de trabalho.

Numa altura em que os portugueses enfrentam cada vez mais dificuldades, numa altura em que a nossa economia necessita de votos de confiança, numa altura em que Portugal e nós os Portugueses necessitamos mais de nós próprios, do nosso envolvimento, que trabalhemos cada vez mais e melhor, surge uma nova greve. Se o porquê ainda se possa vislumbrar tenuemente, o para quê é uma questão sem resposta.

Quais as vantagens que trouxe a greve para Portugal? O que é que resultou desta greve?

Ficámos melhor no dia a seguir à greve?

Numa altura, em que queiramos, quer não, e a escolha não é nossa (penso que algumas pessoas ainda não entenderam isso), dependemos tanto da imagem que Portugal transmite para o estrangeiro, e do modo como esta é recepcionada pelos diversos países, instituições, mercados e analistas, os esforços que os portugueses estão a fazer, com graves prejuízos para si, para as suas famílias e para um número muito elevado de empresas, que se vêem sem compradores para escoar os seus produtos, e em que toda a cadeia de produção e distribuição se vê com muitos problemas e fechos, esses sacrifícios, dizia eu, vêem-se altamente comprometidos por estas decisões e atitudes, que dão uma outra imagem de Portugal, em total dissonância com a que se pretende transmitir.

O tema da capa da Human Resources Portugal, de Março, foi sobre os necessários cortes de custos que as empresas estão a levar a cabo, sendo o despedimento das pessoas um dos habituais recursos.

Nesta edição de Abril trazemos o tema da 3.ª conferência da Human Resources Portugal, que é um desafio para todos nós, pois temos que acreditar, temos provas disso, e de nos mentalizar, que somos bons, bons profissionais, em Portugal, no estrangeiro, mas… falta-nos alguma coisa para conseguirmos ser um País de sucesso.

São temas actuais, prementes, de quem procura na objectividade, mas com pensamento positivo, propor e desafiar soluções e alternativas para que possamos ter um futuro melhor.

Que todos façam o mesmo é o desafio que lançamos.

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