Prioridades para 2017!

Ricardo Florêncio 

Perguntaram-me quais os desafios que a Gestão de Pessoas tem para 2017. São muitos, tantos que a decisão mais sensata passa por hierarquizar as prioridades das mesmas.

É cada vez mais difícil o papel de director de Gestão de Pessoas/Recursos Humanos numa organização!

Trata-se de gerir o que é cada vez mais ingerível, ou seja, os colaboradores e a sua relação com a empresa. E por duas grandes ordens de razão. Por um lado, a sua cada vez maior diversidade, a pluralidade de gerações, os objectivos individuais cada vez mais diferenciados e a sua dispersão geográfica em inúmeros locais de trabalho, levando a que cada vez mais se afastem dos seus escritórios e do contacto interpessoal, entre muitas outras. Noutra vertente, a sua relação com a empresa, atendendo a que estas estão cada vez mais esquizofrénicas. A velocidade de decisões que é hoje solicitada às empresas, obrigando-as a um ziguezaguear permanente perante a “imposição” de accionistas, stakeholders, mercado, fundos de investimentos, pressão pública, etc., leva a que as empresas muitas vezes sejam obrigadas a tomar rapidamente decisões, por vezes contrárias às que foram tomadas há pouco tempo. E assim os colaboradores vêem-se também obrigados a este permanente sobressalto e a viverem num constante estado de ansiedade. Como tal, é um pequeno passo para que estes entrem em “burnout”. Se não quisermos fazer como a avestruz, temos de ver a realidade como ela é: há cada vez mais casos destes nas empresas. Muitas vezes camuflados, outras vezes mal diagnosticados, mas que cada vez há mais, disso não há dúvidas.

Outra grande prioridade do Gestor de Pessoas é claramente a da captação e retenção de talento. Ser capaz de captar os melhores, aqueles que fazem a diferença, é um desafio constante das organizações. Na vertente da retenção, não podemos estar apenas focados nos que são considerados e classificados como fantásticos, extraordinários, mas também naqueles que são essenciais ao desenvolvimento da empresa e que são muitas vezes subvalorizados. E é nestes que residem frequentemente os problemas reais da empresa. As empresas estão pouco atentas a eles, são aqueles que estão na sombra, mas que quando os perdem, é muito difícil proceder à sua substituição.

Editorial publicado na edição de Janeiro de 2017 da revista Human Resources

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