Até já, Dave Grohl: terminada a nona edição do Festival Brands Like Bands já se pensa no futuro

«Dá que pensar como é que um evento como o Brands Like Bands, tão simples e sem qualquer retórica académica ou trendy, vai agora para a sua décima edição», começa por reflectir Fernando Gaspar Barros, CEO & Founder Brands Like Bands.

Essa reflexão mesmo que momentânea não deixa de ser compreensível. E longe de qualquer comparação, «também eu quando estive com os Green Day, Ramones, U2, Xutos & Pontapés, questionava, igualmente, como tinha surgido aquele hit e a longevidade destas marcas».

«A “Casinha”, dos Xutos & Pontapés era uma música tocada apenas para aquecimento enquanto a banda montava o seu equipamento na sala de ensaio ou esperava que o último elemento da banda chegasse», revela, «a primeira vez que a tocaram ao vivo foi no Rock Rendez-Vous, a mítica sala de concertos lisboeta que, localizada no bairro do Rego, marcou o universo da música nacional durante a década de 1980, quando já tinham terminado o alinhamento do concerto composto por todas as músicas que na época já tinham completas».

Hoje, «mais de três décadas depois, os Xutos & Pontapés já não podem sair do palco sem tocar este tema».

Não há explicação, «ou talvez até haja sem qualquer tipo de rodeios, demagogias ou anglicismos, porque para anglicismos já nos basta o nome».

Num dos dias em que decorreu o Brands Like Bands, Fernando Gaspar Barros leu uma entrevista do Dave Grohl, dos Foo Fighters, onde o músico tentava explicar um dos seus hits. «Nele, o antigo baterista dos Nirvana, Queens of the Stone Age e Them Crooked Vultures, revelava que quando escreveu o tema o fez para ter significado para si próprio, mas a verdade é que de cada vez que a toca essa mesma música tem um significado diferente para cada uma das 50 mil pessoas que a entoam num dos muitos concertos onde a toca».

No Brands Like Bands é a mesma coisa, «uma pessoa, um significado diferente», assegura o fundador do festival.

«São as pessoas que lá estão, não é o colaborador, o sindicalizado, o pai, a mãe, o tio, o filho ou o padrinho; é a pessoa, sem aspas, despida de qualquer rótulo ou cargo, na sua verdadeira essência», assegura, «e não são apenas os que sobem ao palco mas também os que assistem».

Fernando Gaspar Barros confessa que costuma comentar, quase como nota introdutória, quando apresenta o festival no estrangeiro, que a primeira coisa que as pessoas pensam sobre o Brands Like Bands é que é mais uma plataforma onde os colaboradores decoram um script sobre as maravilhas de trabalhar naquela determinado empresa.

«Não, não é», responde, «e os milhares de pessoas que já assistiram ao vivo a este festival podem comprovar isso mesmo».

«No final de cada actuação vendemos sem vender», afirma, «vendemos uma atitude, sem qualquer copy, e, nos dias de hoje onde podemos escolher o melhor filtro para a nossa imagem, isto é o que nos diferencia».

Ao final de nove edições a maior distinção que «recebemos até hoje são as pessoas que passaram pelo nosso palco e fora dele», garante, «sem qualquer direcção e onde nem tudo é perfeito, mas ainda bem».

Para CEO & Founder Brands Like Bands «tudo o que temos e queremos é autêntico, fora de tom, fora da nota e fora da caixa».

«Que comecem os sonhos», conclui, deixando um «até já, Dave Grohl».

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