Brighter Future, Brighter Minds, Brighter Hearts. Ou como as neurociências podem impactar a aprendizagem.

Imaginemos, em conjunto, um modelo de escola que seja a fusão de um museu vivo com um laboratório experimental e digital.

 

Por Mónica Rodrigues, VP Leadership Program da PWN Lisbon

 

Bright…bright…Bright…Ah! Já sei… “always look the bright side of life, ti, ti ri, ti ri ti…” E, de imediato, começo a trautear a célebre música dos bravos Monty Python. Aquela palavrinha é como um gatilho para o meu cérebro que (vá-se lá saber por que razão), logo, de imediato, adquire vida própria, incontrolada, e se recorda do momento em que terei feito uma aprendizagem de uma versão discrepante do humor britânico (ou, mais propriamente, a capacidade de rirmos de nós próprios); momento esse que foi associado a uma emoção delirante e, posteriormente, impresso na alma! Ah! É daquelas “impressões digitais” que fica e nunca mais se apaga. Se faz parte da “tribo Monty Python” é porque também terá estado sujeito ao poderoso estímulo discrepante que é aquele humor e, tal como eu, terá rebolado a rir pelo chão.

Por que razão começo este artigo com este assunto? É simples. Acabo de exemplificar a aprendizagem de algo a que atribuí significado, que me envolveu emocionalmente até ao íntimo, mobilizou o corpo e a alma e ficou… para a recordar sempre que surge uma oportunidade. Dito de outra forma, estou a falar do processo de aprendizagem.

Como aprendemos? É tão simples como a experiência que acabo de descrever: aprender envolve o corpo e a mente; envolve as emoções e as funções executivas; os circuitos límbicos (onde está uma certa amígdala que distingue se devo fugir ou ficar, e o hipocampo que o confirma) e os circuitos atencionais, por exemplo. Como é que eu recordo algo décadas volvidas? O processo também é simples: a mensagem foi construída de forma discrepante e suscitou curiosidade, captou a atenção e manteve-a sustentada por longo período de tempo; foi envolta com as certas emoções e produziu fortes sensações corporais inesquecíveis; foi padronizada ao longo de vários filmes; foi compreendida e foi-lhe atribuído um significado; e foi arquivada na memória de longa duração.

Ou seja, se está a pensar como aprender ou como fazer aprender, a fórmula é simples e ficou, no geral, gravada no parágrafo anterior. Mas se quer saber como construir um tal sistema? Pois, eu direi que esta é a minha novam profissão, depois de ter passado por um processo de reskilling e de upskilling.

Por acaso conhece a “Escola do Futuro”? Converse com Ana Rita Pereira (Microsoft). E convido-o a “googlar” com algum tempo e a recostar-se numa confortável poltrona, porque irá descobrir um mundo que não sonhava existir. Se eu puder dar uma dica, encoraje-se e procure a revolução emergente na área da medicina, com a aplicação da realidade virtual ao estudo da anatomia, do doente, e da cirurgia.

Sabemos que o melhor ainda está para vir. Então, preocupemo-nos com o aqui e agora, e imaginemos, em conjunto, um modelo de escola que seja a fusão de um museu vivo com um laboratório experimental e digital! Uma escola onde os meios disponíveis aliem o corpo (escrever à mão e computador), mente (pensar e imaginar com a realidade virtual e aumentada), emoção, cibernética, robótica…

Exemplificando, imagine estudar a antiga Roma com óculos especiais e acompanhar os romanos lado a lado, sem sair do lugar, ou estudar o corpo humano como se ele estivesse vivo! E ainda estudar geografia ou o círculo trigonométrico com realidade aumentada? A excitação e curiosidade que não seria! Pois, aprender é tão somente isto. E as neurociências podem ajudar. Quer saber mais? Numa próxima oportunidade… com algumas soluções.

 

Este artigo foi publicado na edição de Fevereiro da Human Resources. 

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