Costuma ir trabalhar com computador portátil para o café? Isso pode acabar em breve
Cansados dos nómadas digitais, alguns propreitários de bares e cafés estão a proibir a utilização de computadores portáteis, enquanto outros cobram uma taxa horária para poder usá-los, reporta o Euronews.
Uma das vantagens do trabalho remoto é poder fazê-lo em qualquer lado, desde que haja uma ligação à internet. Acontece que os nómadas digitais estão a tornar-se clientes indesejáveis em algumas cidades europeias.
Em bares e cafés de Valência, Santiago e Barcelona, os proprietários estão cansados dos nómadas digitais, que ocupam as mesas durante várias horas e apenas consomem um café ou uma bebida. E começam a tomar medidas.
Raquel Llanes, gerente de um café em Barcelona, explicou ao site local Barcelona Secreta que a situação está algo descontrolada.
«Tivemos clientes que pediram um café expresso e sentaram-se durante oito horas, pessoas que nos pediram para baixar o volume da música para poderem ter reuniões, clientes que tiraram as suas marmitas para comer. No início, adaptámos o espaço com tomadas e para trabalhar, mas, ao fim de dois anos, percebemos que não estava a resultar, conta.
Em Valência, Santiago e Barcelona, por exemplo, alguns bares e cafés decidiram desligar o WiFi para dissuadir os teletrabalhadores e outros afixaram cartazes a proibir o trabalho remoto durante as horas de ponta.
Há já vários anos que os cafés de cidades europeias como Paris, Berlim, Lisboa e Brighton têm vindo a tomar uma posição e a estabeleceram regras para os chamados “ocupantes de portáteis”.
Alguns proibiram o uso de laptops, enquanto outros cobram uma taxa horária para poderem usá-los.
Para muitos proprietários, não é apenas uma questão de rentabilidade, mas também proteger o local de convívio. «É definitivamente uma má imagem para o café se passarmos e virmos sempre as mesmas quatro ocupadas com portáteis, independentemente de terem pago ou não», escreveu um utilizador num tópico do Reddit. «Os cafés devem ser lugares divertidos onde as pessoas vão e conversam.»