Desmistificar o Coaching de Equipas: quando o sucesso depende do “nós” e não do “eu”

Por Alexandra Barosa, directora executiva do Curso de Coaching Executivo da Nova SBE e Managing partner da ABP Corporate Coaching

As equipas são hoje o coração das organizações e, paradoxalmente, o seu maior desafio. À medida que o mundo do trabalho se torna mais complexo, incerto e interdependente, o modelo do líder solitário, carismático e omnisciente começa a perder força. O futuro, já em curso, pertence às lideranças partilhadas e às equipas capazes de aprender, adaptar-se e inovar em conjunto.

Mas se há décadas falamos de trabalho em equipa, o que é que está realmente a mudar? A resposta pode estar no coaching de equipas, uma abordagem que está a transformar a forma como as organizações pensam a colaboração. O foco deixou de ser tanto o indivíduo isolado – a sua performance, as suas metas, o seu desenvolvimento pessoal -, e passou para a inteligência coletiva, a dinâmica relacional e a capacidade de criar sentido e resultados em conjunto.

Em novembro, a Nova SBE lança o primeiro certificado em Coaching de Equipas criado em contexto universitário em Portugal. Mais do que um novo curso, é um sinal dos tempos: as empresas precisam de equipas mais coesas e conscientes, e os líderes precisam de ferramentas para lidar com um mundo onde a incerteza é a norma e o alinhamento é o verdadeiro ativo estratégico.

Imagine uma organização em que as equipas confiam umas nas outras, onde as conversas difíceis são enfrentadas com maturidade e onde a colaboração entre departamentos substitui a competição interna. Num contexto destes, a produtividade cresce, mas também o bem-estar, a motivação e a capacidade de inovar.

A inteligência coletiva tem demonstrado, dentro e fora das empresas, o seu poder transformador. Dos movimentos sociais às startups tecnológicas, a história recente mostra que quando pessoas com propósitos diferentes se unem em torno de um objetivo comum, o impacto multiplica-se. O mesmo princípio aplica-se às organizações: equipas que se escutam, que aprendem juntas e que têm clareza sobre o seu papel conseguem navegar a incerteza com mais agilidade e propósito.

O coaching de equipas não é uma técnica motivacional, nem um luxo corporativo. É uma forma de pensar e agir, um processo sistemático de aprendizagem coletiva que ajuda grupos a reconhecer padrões, alinhar intenções e transformar diversidade em força criativa.

Com esta iniciativa, a Nova SBE propõe-se a aproximar ciência e prática, trazendo para o contexto universitário uma abordagem que já redefine a forma de liderar em muitas organizações internacionais. Mais do que ensinar ferramentas, a ambição é preparar líderes e equipas para um novo paradigma: aquele em que o verdadeiro desempenho nasce do “nós”, e não apenas do “eu”.