E se o teletrabalho implicar redução do salário? Ainda assim os profissionais preferem

Ainda que actualmente a preferência de muitos profissionais seja trabalhar à distância, nem todas as empresas estão dispostas a permitir que os trabalhadores não exerçam as suas funções no escritório, colocando por isso entraves ou condições específicas para quem quer apenas fazer teletrabalho.

 

Um inquérito recente apelidado de ‘O estado do trabalho remoto: 5 tendências a conhecer para 2023’, elaborado pela empresa de recrutamento norte-americana Robert Half, permitiu identificar que há trabalhadores dispostos a aceitar uma diminuição salarial – nomeadamente uma redução média de 18% – para continuarem a trabalhar totalmente à distância.

No geral, cerca de um em cada três trabalhadores que vão para o escritório pelo menos um dia por semana não se importam de ganhar menos se tiverem oportunidade de trabalhar remotamente.

O inquérito da Robert Half, no qual participaram mais de 2500 colaboradores norte-americanos e 2100 gestores contratados em Novembro, concluiu que cerca de 75% dos inquiridos é mais feliz e produtivo quando trabalha a partir de casa, apesar de, por vezes, ter de trabalhar mais horas.

No entanto, essas preferências não estão a ser bem vistas por todas as organizações, com algumas a fazerem pressão para que os colaboradores regressem ao escritório, o que se pode acentuar com o tempo.

Outro estudo recente, da Resume Builder, indica que nove em cada 10 empresas vão exigir que os funcionários voltem a trabalhar presencialmente este ano.

«As empresas defendem que estar no escritório é óptimo, não só para os novos colaboradores se envolverem na missão da orgsanização, como para construírem relações com os colegas e serem visíveis», esclareceu o director executivo sénior da Robert Half, Paul McDonald, à CBS News.

Ainda assim, apesar do desacordo por parte das empresas, os empregos remotos não vão desaparecer tão cedo, frisou McDonald ao notar que 28% das vagas disponíveis em Janeiro eram para desempenhar funções à distância, o que deixa os empregadores com receio de que os seus trabalhadores prefiram empresas mais flexíveis neste sentido.

As empresas tecnológicas foram das primeiras a permitir o trabalho à distância, mesmo antes da pandemia ter dado início a uma experiência de teletrabalho, que se demonstrou eficaz e produtiva.

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