
Economia pode crescer 3% com redução de burocracia e mais mão-de-obra
O ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) português poderá crescer 3% ao ano se se reduzir a burocracia e Portugal continuar a atrair mão-de-obra.
«Precisamos de atrair pessoas para trabalhar em todos os sectores e todo o tipo de habilidade. E precisamos de reduzir a burocracia», afirmou Miranda Sarmento num painel da cimeira tecnológica Web Summit, em Lisboa.
Segundo o ministro das Finanças, há neste momento um investimento privado elevado para os próximos anos. «Os investimentos privados em Portugal para os próximos anos são gigantes. Mais de 20% do PIB em energia, tecnologia e serviços», acrescentou o governante, referindo que há muitas grandes multinacionais a mudar-se para Portugal e a instalarem centros de serviços partilhados no país.
Apesar deste aumento do investimento estrangeiro, o ministro das Finanças sublinhou a necessidade de reduzir a burocracia. «Se formos capazes, nos próximos anos, de chamar capital humano sem criar mais tensões sociais e políticas e reduzir substancialmente a burocracia e o custo de fazer negócios, a nossa produtividade pode aumentar», acrescentou.
Nesse sentido, apontou que em vez de ter uma economia a crescer 2%, «que não é mau», Portugal pode chegar a um mínimo de 3%, «que é um crescimento que uma economia como a portuguesa, ao seu nível de desenvolvimento e na actual situação, deveria estar a ter».
Miranda Sarmento acredita que sobre a incerteza das tarifas dos Estados Unidos da América «o pior já passou». Ainda assim, alertou para a necessidade de a Europa se rearmar, considerando que é uma forma de poder falar a um nível mais próximo de parceiros como os Estados Unidos.
«A defesa é uma grande ameaça, mas também é uma grande oportunidade para a reindustrialização, para segurança dentro das nossas fronteiras e territórios, para aumentar o papel do euro», registou, acrescentando que as relações devem ser fortalecidas.
«Precisamos de fortalecer essa relação. E isso também é parte de Portugal precisar de reforçar as suas capacidades de defesa, para que possamos falar com os nossos aliados — e não em termos iguais — em termos mais semelhantes face ao que temos feito até agora», defendeu.