Ana Bernardes: Em rotação para o novo

O mercado é muito rápido a pedir e é muito rápido a querer soluções. Do ponto de vista dos serviços, a Accenture está a essa velocidade, e do ponto de vista do talento também tem de estar. Este é um dos grandes desafios assumidos por Ana Bernardes como nova directora de Recursos Humanos da Accenture.

 

Por Ana Leonor Martins | Fotos Nuno Carrancho

 

Ana Bernardes assumiu, em Março passado, a direcção de Recursos Humanos da Accenture Portugal. Fascinada pela área da Gestão de Pessoas, em geral, e pela Accenture, conta como foi contratada com oito meses de gravidez e que o que a fez mudar para fazer, teoricamente, “mais do mesmo”, foi a Accenture centrar, de facto, a sua atenção nas pessoas. Era assim há 11 anos, e continua a ser, tendo a consultora sido reconhecida, pelo terceiro ano consecutivo, como Top Employer. Segundo a responsável, o programa de Performance Achievement, o sistema de benefícios e a cultura da empresa justificam esta distinção. «A Accenture é tão inovadora na forma como presta serviços, como na forma como atrai e retém o seu talento», garante.

 

Assumiu funções como directora de Recursos Humanos da Accenture Portugal recentemente. Como encarou este desafio?
A Accenture tem um particular cuidado na preparação dos seus líderes e da sucessão. A nossa estratégia de talento baseia-se no Leadership DNA, o que significa que preparamos os líderes desde muito cedo. De forma mais ou menos formal identificamos as pessoas e preparamo-las para estarem aptas a desempenhar cargos de liderança. E
as minhas funções anteriores também me prepararam para este momento, até porque a Accenture olha para todas as
áreas de negócio de forma holística.
Mas claro que é sempre um desafio, que se torna ainda maior por ser um trabalho de continuidade. Por outro lado,
a própria Accenture, nesta rotação para o novo e por ter cinco negócios com objectivos diferentes – Accenture Strategy, Accenture Consulting, Accenture Technology, Accenture Digital e Accenture Operations –, é sempre um desafio.

O que torna a Accenture tão desafiante?
Mais do que uma consultora, a Accenture é uma confederação de serviços. Ao integrar cinco negócios, oferece oportunidades de carreira e de desenvolvimento de talento muito distintas, que é o que a torna tão rica. O desafio é desenvolver esta estratégia de talento; ir ao mercado e saber quais são as pessoas que querem ser desafiadas, atraí-las e retê-las. A forma como nos apresentamos a este talento é fundamental, mostrar o que realmente somos, as carreiras tão diversas que temos e que tornam a Accenture numa empresa de facto diferente, por ter estas soluções end-to-end e um manancial de oportunidades.

Há outro desafio, relacionado com a rapidez do mercado, que está a crescer, e nós, felizmente, também. Desde Setembro, já recrutámos mais de um milhar de pessoas. O que definiu como prioridades de actuação?
Precisamente esta área de atracção de talento, sem esquecer a retenção. Temos de atrair, com certeza, e fazer com que os talentos entendam a proposta de valor da Accenture – e aí o Employer Branding desempenha um papel fundamental, e temos trabalhado muito nesse sentido em conjunto com a nossa área de Marketing e Comunicação – mas é indissociável da retenção, senão vamos ter uma roda sem dentes que se limita a girar sem parar.

Somos uma companhia com quase meio milhão de pessoas no mundo, e fazermo-nos percepcionar como a grande empresa global que somos em cada mercado onde estamos é um grande desafio para todos.

E que objectivos concretos pretende alcançar a curto/médio prazo?
Ao nível da contratação, por exemplo, não há objectivos concretos Já ultrapassámos os planos de recrutamento que tínhamos no início do ano. E pelos indicadores que temos, prevemos continuar a crescer, de acordo com aquilo que nos é exigido pelos clientes. Uma grande diferença em relação a há uns anos, é que o mercado é muito rápido a pedir e é muito rápido a querer soluções. Do ponto de vista dos serviços, a Accenture está a essa velocidade e do ponto de vista do talento também tem de estar. Portanto, o objectivo mais mensurável que consigo ter é crescer pelo menos à mesma velocidade do negócio.

Dos 19 anos que tem de experiência profissional, 11 são na Accenture. Ainda recorda o que, naquela altura, a motivou a vir para esta empresa?
Completamente. Foi um namoro mais ou menos longo. Venho de uma concorrente, cresci na consultoria, conhecia bem o mercado. Imensas vezes me perguntavam porque ia mudar e eu respondia que a grande diferença é que a Accenture de facto centra a sua atenção nas pessoas. Esta é a grande diferença. A minha escolha teve que ver com a empresa em si, pois vim fazer exactamente a mesma coisa. Mas os desafios que me estavam a ser propostos eram claramente distintos, pelo valor que davam às pessoas.

Leia a entrevista na íntegra na Human Resources Portugal de Junho.

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