
Enfermeiros do Porto trabalharam mais de 500 mil horas extra em 2021
Os enfermeiros dos hospitais de São João, Santo António, Tâmega e Sousa, Pedro Hispano, Magalhães de Lemos, IPO/Porto e de Gaia trabalharam este ano “mais de 500 mil horas” extraordinárias, alertou hoje o sindicato.
“O volume de horas extraordinárias, que sempre foi uma realidade, subiu exponencialmente. Neste momento, aqui nos hospitais do Porto, são mais de 500 mil horas em trabalho extraordinário que é feito pelos enfermeiros, o que corresponde há falta de 274 enfermeiros” naquelas unidades hospitalares, declarou Fátima Monteiro, coordenadora da Direção Regional do Sindicato dos Enfermeiros do Porto (SEP).
Estas horas extraordinárias dizem respeito apenas aos hospitais de São João e Santo António (Porto), Tâmega e Sousa, Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos (Hospital Pedro Hispano), Magalhães de Lemos (Porto), Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, enumerou Fátima Monteiro.
Em conferência de imprensa, em frente à entrada principal do Hospital de São João, no Porto, Fátima Monteiro disse que o trabalho de “mais de 500 mil horas extraordinárias” só neste ano e até Outubro – falta contabilizar Novembro e Dezembro – reflete a “carência de enfermeiros” na área do Porto, que disse ser de 274 enfermeiros, para além dos enfermeiros que estão com vínculo precário.
O número de horas extra realizadas de Janeiro a Outubro de 2021 “é muito superior ao número de horas extraordinárias de 2020”, acrescentou a sindicalista, referindo que “face ao acréscimo de trabalho”, o “absentismo subiu terrivelmente” na classe dos enfermeiros este ano.
“É muito. Constantemente os colegas estão a ser chamados para fazer trabalho extraordinário (…) Isto causa um desgaste muito grande. Os colegas deixam de ter os seus descansos, deixam de ter as suas folgas, deixam de ter vida familiar e, portanto, chega desta sobrecarga. É preciso que o Governo, de uma vez por todas, admita mais, e que seja com vínculo efectivo, de forma que se estabilizem e não andem a saltar de instituição para instituição”, assinalou a enfermeira e dirigente sindical.