Escassez (transversal) de mão-de-obra

Fala-se muito na escassez de talento, sobretudo na área tecnológica, mas a verdade é que, hoje, o tema da escassez de recursos humanos está longe de se restringir a funções especializadas ou a uma área específica. Turismo, Construção Civil, Imobiliário ou Agricultura, são apenas alguns dos sectores que têm falta de pessoas para trabalhar. E não sabem onde ir buscá-las.

Por Ana Leonor Martins | Fotos Nuno Carrancho

 

No final do ano passado, o World Travel & Tourism Council estimou que, em Portugal, faltavam 85 mil trabalhadores no sector do Turismo e Viagens, o que equivale que um em cada seis postos de trabalho não é preenchido. Durante a pandemia perdeu pessoas para outros sectores, nomeadamente para o Retalho, e agora não está a conseguir recuperá- los. E não será por uma questão de “pagar pior”, porque não é a realidade.

Dados do IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional divulgados já em Fevereiro, evidenciavam que há perto de 16 mil vagas por preencher em Portugal, com três área a representar 45% do total de vagas por ocupar: Construção. Alojamento e Restauração, e Actividades Imobiliárias e Administrativas.

Há uma questão demográfica, por um lado, de emigração, por outro, mas também de atractividade destes sectores, da forma como (não) é trabalhada a sua imagem. Por outro lado, ainda existe uma mentalidade de “doutor e engenheiro” em Portugal, continuando a haver cursos sem saídas profissionais. E os programas de reskilling estão sobretudo focados na área digital. A solução não é evidente mas o problema é real e não irá desaparecer tão depressa.

O almoço do Conselho Editorial realizou-se no Vila Galé Ópera, a convite de Gonçalo Rebelo de Almeida. Estiveram ainda presentes: Catarina Tendeiro (People & Culture consultant), Margarida Cardoso (Tabaqueira), Maria João Martins (My Change), Nuno Morgado (PLMJ), Nuno Troni (Randsatd), Pedro Fontes Falcão (ISCTE Executive Education), Pedro Rocha e Silva (Neves de Almeida HR Consulting) e Sara Silva (L’Oréal).

Artigo publicado na Revista Human Resources n.º 134, de Fevereiro de 2022

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