![](https://hrportugal.sapo.pt/wp-content/uploads/2022/10/trabalho-temporario.jpg)
Esta característica pode ser um super-poder no trabalho. Confira se a tem
Existem trabalhadores com as mais diversas características, desde entusiasmados e stressados a sossegados e calmos, personalidades que agradam a colegas e chefias pela sua competência e capacidade de gestão. Há quem se distinga por ser o «bater do coração» da equipa, a pessoa a quem normalmente os colegas recorrem quando procuram compaixão, atenção e apoio moral, informa a Harvard Business Review.
No entanto, estes trabalhadores também esgotam a sua energia e o seu cansaço acaba por se reflectir no ambiente laboral, comprometendo assim a produtividade de todos. A vontade de estar distante do confronto e a ausência de feedback aos colegas pode fazer com que os resultados da equipa saiam prejudicados, atitude que se deve à elevada sensibilidade relacionada com o facto de o sistema nervoso ser mais reactivo, sintonizar com as subtilezas do ambiente e processar a informação de forma mais profunda.
Também referida como sensibilidade de processamento sensorial, esta é uma característica que tem sido analisada há mais de 30 anos, com vários estudos a demonstrar que está ligada a diferenças genéticas na forma como o cérebro processa neuroquímicos como serotonina, dopamina, norepinefrina.
Num mundo de negócios dominado pela automação, digitalização e crescente individualidade, a necessidade de pessoas altamente sensíveis nunca foi tão elevada. Os investigadores acreditam que este traço da personalidade evoluiu como consequência da necessidade de as pessoas se manterem longe de confusões e optarem por se afastar de possíveis ameaças, sendo que quem experiencia sensibilidade mais elevada não são apenas os mais stressados, mas também os que obtêm melhores resultados, segundo os gestores, de acordo com o inquérito “Identifique e liberte o seu talento”.
Quando geridas correctamente, as pessoas altamente sensíveis podem estar entre os maiores trunfos do seu local de trabalho. Contudo, a maioria dos chefes não têm consciência desta vantagem ou não dispõem de ferramentas para supervisionar e motivar adequadamente os funcionários. Como tal, existem quatro conselhos cruciais para gerir um colaborador altamente sensível e aproveitá-lo como uma mais-valia para a equipa, o que envolve aprendizagem e, por vezes, adaptação:
Ver a sensibilidade como uma qualidade e não como uma falha
A neurodiversidade, ou seja, diferentes estilos de processamento mental, como a alta sensibilidade, leva a melhores resultados apesar de, erradamente, ser encarada muitas vezes como sendo típica de trabalhadores frágeis, excessivamente emotivos. Esta perspectiva ignora os pontos fortes que alguém com esta característica traz ao local de trabalho, tais como criatividade, resolução de problemas e empatia.
Dar prioridade à clareza
Pessoas altamente sensíveis estão sempre atentas ao perigo, o que pode ser útil para identificar os riscos que ameaçam a segurança da equipa ou da empresa mas, por outro lado, pode também causar stress em excesso e a possibilidade de se pensar em demasia perante uma situação ambígua. Para ajudar os colaboradores a permanecerem equilibrados, é essencial proporcionar clareza sobre o seu papel, frisar quais os seus objectivos e explicar exactamente o que é esperado do seu trabalho.
Manter os colaboradores a par
Pensar antes de agir é um sinal de alta sensibilidade, o que pode ser benéfico em muitas situações, porque permite considerar diferentes potenciais resultados antes de se tomar medidas. É possível obter um melhor desempenho por parte dos funcionários sensíveis, se lhes for dada oportunidade de deliberar e formular respostas, bem como permissão para fazer comentários quando estão a ser tomadas decisões importantes.
Controlar o excesso de estímulo
Se, em média, o cérebro de uma pessoa recebe cerca de 100 informações, o de alguém sensível recebe mil, o que leva a que possam sofrer de sobre-estimulação, ou seja, dificuldade de concentração, irritabilidade, inquietação, fadiga e dores de cabeça.
Se a sobrecarga sensorial se instalar, uma pessoa com esta condição pode tornar-se completamente introvertida, o que tem consequências tanto para a equipa como para os projectos. Ainda que ninguém consiga trabalhar a um ritmo insustentável, a necessidade de descompressão é ainda mais necessária para as pessoas altamente sensíveis.