Estudo da União Europeia revela o país mais afectado pela solidão. Veja como se saiu Portugal

A União Europeia promoveu o primeiro inquérito sobre solidão que abrangeu mais de 25 mil pessoas. O objectivo é monitorizar e combater a crescente falta de “interacções sociais significativas”, avança a Euronews.

Segundo um novo relatório sobre a solidão da Comissão Europeia, pelo menos um em cada 10 residentes na União Europeia sente-se só a maior parte do tempo. O projecto pretende obter uma visão geral da “epidemia de solidão” causada pelos confinamentos prolongados e pelo isolamento durante a pandemia.

De acordo com os resultados, a solidão é mais frequente na Irlanda, onde cerca de 20% dos inquiridos afirmam sentir-se sós, seguida da Bulgária, Grécia e Chipre, com 16 a 17% de respostas positivas ao sentimento de solidão.

Os níveis mais baixos foram observados nos Países Baixos, República Checa, Croácia e Áustria, com menos de 10% da amostra inquirida. Portugal surge no segundo grupo de países com 12 a 13% dos inquiridos a referirem sentir solidão a maior parte do tempo.

As pessoas que se sentem sozinhas durante todo ou quase todo o tempo têm cerca de 20 pontos percentuais mais probabilidades de sofrer de sintomas depressivos. «A solidão não é apenas uma questão privada e individual. Pode impedir a coesão social e deve ser encarada como um problema social e tratada como tal», pode ler-se no documento.

Os factores culturais desempenham um papel importante na solidão, para além dos acontecimentos da vida de cada um. «As situações económicas favoráveis, bem como a quantidade e a qualidade das interacções sociais, são fundamentais para prevenir a solidão”, refere o relatório.

A solidão entre os jovens inquiridos é mais elevada do que entre os mais velhos, uma vez que os grandes acontecimentos da vida têm tendência a perturbar as redes sociais e a tornar qualquer pessoa susceptível de se sentir só, lê-se.

O estudo reconheceu, no entanto, que as consequências da solidão variam consoante a idade e que a solidão entre os adultos mais velhos não pode, de modo algum, ser ignorada. Um dos principais desafios na resolução do problema da solidão resulta do estigma social e do desconhecimento, acrescentando que 57% dos inquiridos não tinham conhecimento da existência de métodos e políticas de intervenção.

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