Fidelidade: Novos caminhos para a saúde e segurança no trabalho

Há muito que a Fidelidade considera a saúde no trabalho como um elemento essencial para a empresa e para os seus colaboradores.

 

O contexto de pandemia dos últimos dois anos não implicou um reforço da Safemode, área responsável pela segurança e saúde no trabalho do Grupo Fidelidade, mas, de acordo com Duarte Nuno Vieira, director clínico da Safemode/Fidelidade, houve «a necessidade de abordagens diferenciadas nos domínios da higiene e segurança no trabalho, com adopção de medidas preventivas para os riscos decorrentes da pandemia e com uma atenção mais abrangente, no âmbito médico, relativamente a diversos aspectos como sejam os riscos psicossociais ou os factores ergonómicos do teletrabalho».

A área de saúde na Fidelidade é endereçada «de forma atenta, cuidada, dinâmica e abrangente, acompanhando continuamente o evoluir do conhecimento científico e promovendo, em cada momento, as medidas consideradas como mais adequadas para a melhor salvaguarda e promoção da saúde e segurança no trabalho, sempre em articulação com a direcção de Pessoas e Organização e com a Comissão Executiva. O tema da saúde no trabalho também é visto de forma holística como uma componente muito importante do Wellbeing das pessoas nas organizações, o que reforça ainda mais a importância do que fazemos», acrescenta Duarte Nuno Vieira.

Apesar de distintas, as áreas de saúde e segurança no trabalho estão profundamente interligadas no contexto do Grupo Fidelidade, sendo que quando são implementadas medidas para melhorar ou fortalecer uma delas, a outra é alvo, também, de melhorias. Do mesmo modo, as insuficiências de uma destas áreas afectam, negativamente outra. Duarte Nuno Vieira destaca o trabalho em equipa realizado na Safemode, «como um corpo uno, existindo uma próxima e efectiva interacção entre técnicos de segurança e profissionais de saúde (médicos e enfermeiros do trabalho), com uma permanente partilha de informações relevantes».

No início da pandemia, a Fidelidade activou um Plano de Contingência adequado à realidade da altura, com uma governance que aliava capacidade de decisão com agilidade na implementação, que foi ajustando ao contexto evolutivo da mesma, e sempre em consonância com as orientações das autoridades de saúde. Neste momento já não existe «limitação de lotação dos espaços, que foi uma das medidas adoptadas para assegurar o distanciamento social, e, na sequência da decisão do Conselho de Ministros do passado dia 21 de Abril, foi eliminada a obrigatoriedade de uso de máscara de protecção dentro dos edifícios».

Mantêm-se em vigor na Fidelidade as recomendações de auto monitorização de sintomas compatíveis com a COVID- 19, as regras de etiqueta respiratória e de lavagem e/ou desinfecção das mãos, bem como as rotinas de desinfecção das superfícies mais manipuladas.

 

Desafios e boas práticas
Relativamente aos desafios actuais da área de Safemode, Duarte Nuno Vieira identifica «a inconstância da normalidade», ou seja, «a necessidade de uma permanente adaptação às circunstâncias de cada momento e a uma evolução pandémica que não é ainda absolutamente previsível. O maior desafio tem sido o de estarmos preparados para o imprevisível, apelando à responsabilidade de todos e da cada um para a mitigação deste novo risco, que de desconhecido passou a fazer parte dos inúmeros riscos com que temos de aprender a conviver no nosso percurso de vida».

Já no âmbito da segurança no trabalho, João Florindo, responsável pelo Departamento de Segurança da Fidelidade, afirma que «os grandes desafios resultam dos novos modelos de trabalho que surgiram após os períodos de confinamentos. A “normalidade” de agora, não é a “normalidade” que deixámos em Março de 2020».

O mesmo responsável acrescenta que as melhores práticas da Fidelidade, em matéria de segurança e saúde, «residem numa cultura de prevenção, no cuidado colocado na selecção de profissionais altamente qualificados e motivados, de colaboradores profundamente empenhados e atentos, numa medicina do trabalho preventiva e de proximidade, na avaliação das condições de segurança das instalações e dos postos de trabalho desde o momento da sua concepção, na elaboração regular de auditorias e planos de acção para mitigação de riscos, numa comunicação regular e eficaz, no dispor de instalações cuidadas e adequadas e de equipamentos de última geração».

Interrogado sobre como as questões de saúde e segurança no trabalho se enquadram nos modelos híbridos, Duarte Nuno Vieira afirma que este enquadramento se faz «promovendo, em ambos os ambientes, a prevenção primária dos riscos profissionais suscitados por cada um deles e a protecção da saúde, sabendo que isso exigirá uma intervenção distinta e mais abrangente do que a que vinha sendo concretizada quando o regime de trabalho era meramente presencial, e que deverá procurar rentabilizar os benefícios decorrentes dos modelos híbridos e eliminar os efeitos potencialmente negativos».

O responsável pelo Departamento de Segurança da Fidelidade assume que a questão dos modelos híbridos e do teletrabalho é complexa, mas desafiante. «A legislação relativa ao teletrabalho seria de difícil aplicação sem o previsto envolvimento e corresponsabilização dos colaboradores ao nível da gestão de riscos, designadamente a sua identificação, avaliação e controlo, a gestão de acidentes de trabalho e a garantia de uma boa concepção ergonómica do local de trabalho em casa.» Assim, João Florindo acredita que esta pode ser uma boa oportunidade para tornar os colaboradores elementos activos e participativos no âmbito da avaliação e aplicação dos princípios da segurança e saúde do trabalho, com a dinamização e apoio da equipa de especialistas em segurança.

«Esta alteração na forma convencional de trabalhar a segurança vai implicar um maior foco do departamento de segurança na formação e informação dos colaboradores, envolvendo-os nas acções de autoavaliação das condições de segurança em casa que, sendo um direito, assume-se também como sendo uma sua obrigação e responsabilidade. Competirá à equipa de segurança, a dinamização, o seguimento, a prestação de apoio, assim como a avaliação e resolução das situações mais complexas, tirando partido sempre que possível dos meios digitais e de vídeo à sua disposição», acrescenta João Florindo.

Para preparar o futuro, a Fidelidade tem vindo, desde há alguns anos, a realizar a remodelação dos espaços, implementando “novos” modelos e postos de trabalho, acompanhada por uma profunda actualização tecnológica. O objectivo destas remodelações, de acordo com o responsável pelo Departamento de Segurança da Fidelidade, foi «modernizar propondo uma variedade de espaços que permitissem atender a cada modo de trabalho (criativo, colaborativo, de foco, etc.). Os novos espaços foram pensados para acolher com conforto, com um toque de informalidade, onde as pessoas se sintam bem umas com as outras e que fomente a reflexão, a partilha de ideias e a colaboração. Sem prejuízo do trabalho colaborativo que assume cada vez mais importância, foram também criados espaços de trabalho individual e de foco. A intenção é que os postos de trabalho sejam de livre utilização por qualquer pessoa, o que promove a liberdade e a flexibilidade de escolha do espaço mais adequado para o trabalho que se necessita de executar em cada momento».

Muito importante tem sido também a introdução de novas tecnologias, sem descontinuidade e de fácil utilização, o que melhorou muito o modelo de trabalho híbrido/remoto. Assim, é possível aos colaboradores estarem em casa e aceder a todas as aplicações e conteúdos como se estivessem no escritório.

João Florindo acrescenta ainda que «neste momento decorre o projecto de construção da nova sede da Fidelidade, para a qual estamos a utilizar todo conhecimento obtido com estas remodelações e a experiência dos últimos dois anos que nos obrigou a ser mais focados, pragmáticos e flexíveis».

 

Saúde mental
Numa altura em que a saúde mental ganha especial relevância devido a um maior isolamento dos colaboradores, a Fidelidade introduziu diversos exames médicos para uma análise mais detalhada e atenta, um rastreio precoce e um acompanhamento e encaminhamento diferenciado, em função das especificidades de cada situação. Duarte Nune Vieira esclarece que «a todos os profissionais de saúde da Safemode foi proporcionada a possibilidade de uma formação e sensibilização reforçada no diagnóstico e acompanhamento destas situações. Dinamizou-se e melhorou-se o inquérito que já vinha sendo concretizado para avaliação dos riscos psicossociais na empresa, tendo sido aumentada a abrangência».

O resultado desta avaliação dos riscos psicossociais foi comunicado a todas as estruturas da organização, resultando na preparação de um plano de acção a dois anos, com diversas iniciativas cujo objectivo foi dotar todos os colaboradores com os conhecimentos e ferramentas adequados para a identificação de alertas e para lidar com este tipo de riscos, sendo igualmente disponibilizado apoio profissional especializado sempre que necessário.

Quando aos procedimentos em casos diagnosticados, «esta é uma atribuição do médico do trabalho a ponderar em função de cada situação concreta e para a qual conta com um apoio de equipas especializadas no âmbito da psicologia e da psiquiatria, quando necessário, sempre na perspectiva de que o que estará em causa é a salvaguarda, preservação e promoção da saúde mental de cada trabalhador, tal como da saúde física, e não, necessariamente, doença mental, que é precisamente o que pretendemos evitar».

Quanto a tendências, os dois responsáveis da Fidelidade concordam que «o desenvolvimento e a utilização das ferramentas digitais são o principal motor daquilo que tem vindo a ser classificado como a “Quarta Revolução Industrial”, uma realidade em que os colaboradores estão cada vez mais ligados à informação digital, a qualquer momento e em qualquer parte do mundo, com grandes impactos na segurança e saúde no trabalho. No futuro, a probabilidade de as pessoas trabalharem cada vez mais remotamente ou fora dos locais de trabalho tradicionais aumenta, o que, embora possa retirar os trabalhadores de ambientes de trabalho tradicionais, também pode sujeitá-los a novos riscos».

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Saúde no Trabalho” publicado na edição de Maio (n.º 137) da Human Resources.

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