João Zúquete, Altice: «Portugal é uma fábrica de exportação de talento»

João Zúquete da Silva, chief Corporate officer da Altice Portugal faz notar que «se Portugal é uma fábrica de exportação de talento, o País não sabe como – nem consegue – retê-los. As novas gerações valorizam novas regalias que não as tradicionais e ambientes de trabalho não convencionais». Leia a sua análise aos resultados do XXXIX Barómetro Human Resources.

 

«Portugal continua afastado das economias mais competitivas a nível mundial no que toca a desenvolvimento, atracção e retenção de talento. O País mantém-se na 26.ª posição no ranking Talento Mundial 2021 do IMD World Competitiveness Center, uma realidade que também é reforçada no Barómetro Human Resources. De destacar que 31% dos inquiridos responderam que as empresas ficam “ligeiramente pior posicionadas para atrair/reter talento” com o esbatimento das fronteiras no mundo do trabalho. Mas a questão que se coloca é se este resultado é uma causa ou consequência do contexto que vivemos. Bem sabemos que se Portugal é uma fábrica de exportação de talento, com os nossos jovens a serem referências nas áreas de engenharia e tecnologia, o País não sabe como – nem consegue – retê-los. As novas gerações valorizam novas regalias que não as tradicionais e ambientes de trabalho não convencionais. Mas esta situação não aconteceu com a pandemia, era uma realidade que vinha de trás, e em crescimento. Há por isso que adaptar as empresas e as ofertas a estes novos desafios. Os jovens procuram ter valor de mercado, procuram investir na sua empregabilidade, procuram projectos aliciantes, pelo que o conceito de “emprego para toda a vida” está ultrapassado em muitos casos. As empresas e gestores devem por isso considerar a retenção de talento como uma das suas principais prioridades, atendendo às actuais dinâmicas dos mercados de trabalho português e internacional, especialmente nas funções de cariz mais tecnológico. Se temos de implementar nas nossas empresas playgrounds, escorregas e espaços de coworking para que não nos deixem? Duvido. Talvez devamos começar pela base e pelo principal: reconhecê-los.»

 

Este testemunho foi publicado na edição de Janeiro (nº. 133) da Human Resources, no âmbito da XXXIX edição do seu Barómetro.  Está nas bancas. Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.