Liderar pelo exemplo: a constante que não pode variar

Marta Carvalho Araújo acredita que um dos principais desafios da liderança de qualquer empresa passa, actualmente, pela capacidade de gestão da constante e rápida mudança. No meio dessa instabilidade, «o papel dos líderes passa muito por ancorar as suas equipas».

 

Por Ana Leonor Martins

 

A nível académico, a formação de Marta Carvalho Araújo é em Físico-Química. Mas, profissionalmente, a nível empresarial, começou o seu percurso nas áreas de Vendas, Marketing e Comunicação. A explicação é simples: estava no sítio certo, à hora certa, e tinha “algum jeito”. E também porque o prazer de aprender leva Marta a ter fascínio por áreas tão diferentes como Matemática ou Canto, Comunicação ou Desporto.

Desde que assumiu a liderança da Castel, expõe-se publicamente, de forma regular e deliberada, por considerar importante “dar um rosto humano à empresa”. Assim, faz questão de se apresentar como “a Marta da Castelbel”. Como presidente executiva, considera fundamental «alternar entre ir à frente – tendo a coragem de desbravar caminho, de fazer novo e diferente –, ao lado – dando o exemplo e mostrando empatia para com os restantes membros da equipa – e na retaguarda – garantindo que ninguém fica para trás».

 

Iniciou o seu percurso na Castelbel em 2011, como responsável de Vendas, Marketing e Comunicação. Mas a formação da Marta é em Físico-Química… Como explica esta mudança “radical”?
Explica-se através do ditado “estar no sítio certo à hora certa”! Foi a oportunidade perfeita, à qual só tive a sorte de poder aceder através de relações interpessoais, aliada a alguma capacidade inata, inclusive de trabalho, competências adquiridas, experiência internacional, conhecimentos de línguas, muita curiosidade e uma enorme força de vontade.

 

Como surgiu o fascínio pela Físico-Química? Ainda se mantém?
Surgiu da mesma forma que o meu fascínio pela Matemática, pelo Canto, pelo Desporto, ou pela Comunicação, em geral, tanto em português, como em línguas estrangeiras; surgiu pelo prazer de aprender, vontade de ensinar, empenho para melhorar e crença de que até tinha algum jeito para aquilo.

 

Os ensinamentos da sua área de formação ainda lhe são úteis hoje, na função de liderança que desempenha?
Sem dúvida: devo-lhe o meu pensamento científico, objectivo, racional, sistemático; a capacidade analítica e raciocínio crítico, baseado, sobretudo, em lógica.

 

E ainda se lembra do que mais a surpreendeu na Castelbel, quando integrou a empresa?
A alegria, boa disposição e o sentimento de pertença das pessoas que, recebendo pouco mais do que o salário mínimo, embrulhavam à mão sabonetes todo o dia, todos os dias!

 

Sete anos depois, foi nomeada chief executive officer. Foi uma ascensão rápida. Como encarou este reconhecimento e o que a fez aceitar este desafio?
Com naturalidade e sentido de responsabilidade. Quando essa nomeação aconteceu, eu já era administradora executiva – cargo que acumulei, e continuo a acumular, com a direcção dos departamentos de Vendas, Marketing e Comunicação –, e já tinha uma visão do negócio suficientemente abrangente para poder dirigi-lo no seu todo, pelo que não hesitei em aceitar o desafio.

 

Que objectivos se propôs atingir?
Um, em particular: que, nos três anos seguintes, as marcas próprias chegassem a representar 80% das nossas vendas.

 

Leia a entrevista na íntegra, na edição de Março da Human Resources, nas bancas.

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