
Lisboa recebeu cimeira sobre captação de talento para o futuro
A aprendizagem ao longo da carreira e a inovação são as únicas soluções para assegurar que os talentos têm a formação necessária para o futuro. Esta foi a conclusão da Merit Summit 2018, que teve lugar em Lisboa, nos dias 17 e 18 de Janeiro.
Foi a segunda edição da Merit Summit, e a primeira vez que se realizou em Lisboa. Cimeira anual que reúne convidados internacionais relevantes da área da Educação e do mundo corporativo, teve este ano como tema “Always-On Learning”.
Nesta cimeira estiveram presentes 283 líderes das áreas de educação executiva e recursos humanos de 22 países, representando cem companhias e 35 escolas de negócios. Contou com a presença de empresas como a IBM, a SAP SE, McKinsey, Bayer, LinkedIn, Virgin Media e KPMG e, do lado das escolas de negócios, da HEC Paris, da IE Business School, a Universidade da Califórina, Berkeley e a Saïd Business School.
Christophe Coutat, CEO do Advent Group, empresa responsável pelo Merit Summit, afirma que cerca de 70% dos empregos correm o risco de desaparecer nos próximos 30 anos e desafiou os presentes a discutir soluções na conferência de dois dias. «As fabricantes de automóveis podem abrir falência, pois não vamos precisar mais de carros, simplesmente encomendando um com a ajuda de software. As companhias de seguro vão ter graves problemas, por causa dos veículos autónomos vão ser 100% mais seguros, com menos acidentes. E, se a Tesla AI pode ler as estradas, a IBM Watson dará conselho jurídico e diagnosticar doenças mais rapidamente, e com mais precisão, do que qualquer humano. O que acontecerá a profissões relacionadas com estas indústrias? Podemos substituir estes empregos?» perguntou.
Os representantes tanto das empresas como das escolas de negócios concordaram que os negócios deviam adoptar um novo “design” para abordar a formação e a aprendizagem, de acordo com as preferências dos colaboradores e áreas específicas de interesse, em vez de optar pela agenda da organização.
«É crucial que seja entendida uma forma de manter os empregos de hoje relevantes daqui a 50 anos» defendeu Nick van Dam, global chief learning officer da McKinsey & Company. A introdução da profissão de chief disruption officer foi uma das soluções apresentadas, tendo como papel puxar pela inovação para os vários níveis da empresa – indivíduo, equipa, organização.
Outra opinião convergente foi que a inovação deve vir de dentro e de fora da organização. Anna Walker, senior learning & development manager na Nestlé explicou que na multinacional que representa, tentam expor os colaboradores a peritos, empreendedores e freelancers, na sua aprendizagem.
Durante uma conferência em live stream, o professor e consultor Dave Ulrich sugeriu que o investimento na formação devia ser uma prioridade chave na criação de valor a longo prazo para as empresas, defendendo que as academias corporativas providenciam valor para os colaboradores, mas também para os clientes, investidores, comunidades e parceiros. Dave Ulrich sublinhou ainda que métodos de «aprendizagem activa», em que muitos stakeholders são envolvidos na criação de soluções para problemas complexos, são muito eficientes, pois criam pontes entre educação e negócio.
A Merit Summit 2018 contou com mais de 40 workshops, painéis de discussão, apresentações de case studies e discursos de tópicos que marcam a actualidade, na discussão dos empregos do futuro.
Veja também estas notícias.