Macau perdeu quase 3700 trabalhadores estrangeiros em Agosto

O número de trabalhadores estrangeiros sem estatuto de residente em Macau diminuiu em quase 3700 em Agosto, o mês a seguir ao pior surto de COVID-19 na região chinesa desde o início da pandemia.

Segundo dados da Polícia de Segurança Pública, no final de Agosto Macau tinha pouco mais de 154 mil trabalhadores estrangeiros sem estatuto de residente, com mais de metade (quase 106.300) oriundos da China continental.

As estatísticas, divulgadas hoje pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, revelam que foram também os trabalhadores não-residentes da China os mais afectados (menos 2100) pela diminuição sentida em agosto, seguidos pelos do Vietname (menos 500).

O sector da hotelaria e restauração foi o mais atingido pela queda, tendo perdido mais de 1100 colaboradores sem estatuto de residente em Agosto.

Macau enfrentou, a partir de 18 de Junho, o pior surto de COVID-19 desde o início da pandemia, com mais de 1500 casos e seis mortes, levando o território a decretar um confinamento parcial, encerrando praticamente todos os estabelecimentos comerciais.

Durante o surto, os turistas que viessem a Macau teriam de se submeter a uma quarentena obrigatória no regresso à China continental, medida que foi levantada em 3 de Agosto.

Desde o início de Junho, a região administrativa especial chinesa viu o número de trabalhadores não-residentes diminuir em mais de 11.200.

Desde que Macau fechou as fronteiras a estrangeiros sem o estatuto de residente, em março de 2020, perdeu quase 19% da mão-de-obra não-residente, com quase 35.500 pessoas a perderem o emprego, situação que legalmente os obriga a abandonar a cidade.

Em Abril deste ano, o território tinha levantado as restrições fronteiriças a trabalhadores filipinos, estudantes universitários e profissionais do ensino estrangeiros, como professores portugueses. A isenção foi mais tarde alargada a trabalhadores oriundos da Indonésia.

No início de setembro, Macau passou a permitir a entrada de todos os trabalhadores não residentes, assim como viajantes de 41 países, incluindo o Brasil, e familiares de residentes.

Apesar da diminuição do número de estrangeiros sem o estatuto de residente, a taxa de desemprego em Macau atingiu 4,3% entre Junho e Agosto, o valor mais elevado desde 2004.

No final de Setembro, o chefe do Governo do território, Ho Iat Seng, anunciou que a China vai voltar a permitir excursões organizadas e emitir vistos electrónicos para visitas a Macau, até Novembro, para «promover a recuperação do dinamismo económico» da cidade.

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