Mais de 70% dos profissionais da área tecnológica tencionam mudar de emprego nos próximos dois a três anos

O inquérito global realizado pela Boston Consulting Group (BCG) e a The Network junto de cerca de 10 mil profissionais da área tecnológica, revela agora as suas conclusões no relatório “Decoding the Digital Talent Challenge”, numa tentativa de compreender um dos sectores mais competitivos a nível global, de modo a apoiar as empresas nas suas estratégias de retenção de talento.

As principais conclusões referem que cerca de 40% dos profissionais que trabalham na área das tecnologias de informação estão activamente à procura de emprego e quase 75% esperam deixar o seu cargo actual num futuro próximo.

Entre os principais factores que levam os profissionais das áreas tecnológicas a mudar de funções, destacam-se a oportunidade de progredirem nas suas carreiras e a procura de novos desafios, indicados por 63% e 49% dos inquiridos, respectivamente. «Para estes colaboradores, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional continua a ser o aspecto mais valorizado no emprego, ao qual se segue a boa relação com os colegas de trabalho», refere o estudo, acrescentando que também são importantes a compensação financeira, tanto sob a forma de salário, como de incentivos a longo prazo.

A diversidade e a inclusão, assim como as questões ambientais também aumentaram de importância no último ano para 61% dos profissionais da área tecnológica. 50% dos inquiridos não trabalharia para empresas que não partilhassem as suas crenças sobre diversidade e inclusão, enquanto 48% adoptam a mesma posição relativamente a políticas ambientais.

Embora a crise causada pela pandemia da covid-19 não tenha tido o mesmo impacto nos padrões de trabalho dos colaboradores da área tecnológica, em comparação com outros sectores, o trabalho totalmente remoto aumentou significativamente para os funcionários nestas funções, atingindo 76% no final de 2020, face a 41% em 2018.

«95% dos inquiridos gostariam de manter alguma dessa flexibilidade, trabalhando pelo menos um dia por semana a partir de casa, embora apenas 25% gostassem de trabalhar de forma totalmente remota», avança o estudo, revelando que outros tipos de flexibilidade são também altamente valorizados, com 75% dos inquiridos a preferir trabalhar com horários total ou parcialmente flexíveis.

Com a tendência do trabalho remoto a aumentar, a disponibilidade dos profissionais para mudar de país diminuiu. No entanto, 68% dos inquiridos estariam dispostos a trabalhar remotamente para um empregador sem presença física no seu país, um valor significativamente mais elevado do que a média de 57% de colaboradores de outras áreas de trabalho, que não tecnológicas.

Os Estados Unidos da América, o Reino Unido e a Austrália lideram a lista de países onde o talento procuraria o referido emprego remoto. «Já quando se menciona a deslocação física para trabalhar, o Canadá é o destino mais desejável, tendo ultrapassado os Estados Unidos da América desde o último inquérito», acrescenta o estudo, «os países europeus, incluindo Alemanha, Suíça e França, viram a sua popularidade diminuir, enquanto Singapura e Nova Zelândia entraram no top 10 do ranking dos países considerados, refletindo a situação favorável da COVID-19 nestes países. O Reino Unido manteve a sua quinta posição, sendo Londres ainda a cidade mais atrativa para a transferência de talentos digitais».

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