
Mercer: Os desafios actuais das empresas
A resistência à mudança faz parte da condição humana. Por isso, é importante envolver as pessoas, trazê-las para o processo de mudança.
Hoje em dia as empresas enfrentam desafios que são consequências das novas exigências que a revolução tecnológica tem trazido para a sociedade. São as tecnologias que estão a surgir e a ditar novas formas de comunicar e trabalhar, a evolução que coloca máquinas a realizar tarefas de forma mais eficiente do que pessoas, são as novas gerações com diferentes expectativas e formas de olhar para a experiência do trabalho, são as pirâmides demográficas invertidas e a carreiras cada vez mais longas. Tudo isto tem trazido desafios enormes para as organizações e todos requerem uma ação comum: agir e mudar.
Na perspectiva de Diogo Alarcão, CEO da Mercer Portugal, é impossível as empresas sobreviverem se os seus modelos de negócio não forem alterados. «A Mercer tem estado atenta e tem ajudado os clientes nestes processos que têm sempre impacto nas suas pessoas. Qualquer processo de transformação requer uma gestão muito rigorosa e uma comunicação estratégica eficiente e se ajudamos na própria mudança, podemos também ajudar de forma muito mais eficaz no desenho e implementação da comunicação interna e externa».
Um exemplo prende-se com a convivência de pelo menos três gerações na mesma organização. «Na realidade, estamos a presenciar pela primeira vez no sector dos serviços a co-existência de pais, filhos e netos a colaborarem juntos. É certo que na indústria e em empresas familiares isto já acontece há muito tempo, mas em grandes empresas ligadas ao sector terciário e em grande escala é um fenómeno totalmente novo que acarreta enormes desafios em áreas como a definição dos modelos de carreira e de avaliação de desempenho, comunicação interna ou políticas de remuneração, entre muitas outras», refere, reforçando que a Mercer tem vindo a desenvolver com alguns clientes soluções que possam dar respostas a estes desafios.
Diogo Alarcão destaca ainda a importância de se conhecer toda a envolvente do negócio e quais as tendências e práticas, além de ser crucial conhecer as pessoas e as suas expectativas e ter muito bem definido qual o propósito da organização. «As pessoas precisam sentir-se parte integrante e entender qual o seu papel. Definidos estes pressupostos, é necessário encontrar as ferramentas certas e mecanismos que ajudem a gerir da melhor forma as competências e expectativas de cada um. Só assim as empresas conseguirão ultrapassar os desafios que lhe estão “a bater à porta”. O papel da Mercer é tentar perceber ao máximo o que existe e o que falta, criando condições de mudança para fazer acontecer.»
Envolver os colaboradores
Para o CEO da Mercer Portugal, as pessoas devem ser envolvidas desde o início nos processos. «A resistência à mudança faz parte da condição humana. Por isso, é importante envolver as pessoas, trazê-las para o processo de mudança, explicar porque é que vai acontecer a mudança, em que consiste e como vai ser implementada». Simultaneamente, Diogo Alarcão defende «ser fundamental ter uma estratégia de comunicação transparente e que mitigue o risco de dispersão de informação, de “falsas verdades” ou de canais de comunicação paralelos. As pessoas precisam de se sentir envolvidas no processo de mudança e toda a estratégia deve ter isso em consideração».
Considerando o engagement um conceito muito complexo e cada vez mais difícil de trabalhar, o responsável da Mercer em Portugal refere que o primeiro passo a dar será realizar estudos de clima e tentar perceber o que está bem, o que está aceitável e o que claramente necessita de ser melhorado. «Esta ferramenta é um excelente ponto de partida para se perceber os key drivers que se devem trabalhar para aumentar os níveis de engagement». Ao mesmo tempo, defende que cabe à gestão criar mecanismos, formais e informais, que permitam beber informação de forma regular para identificar onde se pode melhorar e como.
Leia este Especial Consultoria na íntegra, na edição de Novembro da Human Resources, nas bancas.