
Miguel Setas, presidente EDP Brasil identifica os quatro pilares fundamentais do “futuro pós-pandemia”
Miguel Setas, CEO da EDP Brasil e administrador da EDP destaca que «para além desta maior proximidade da tomada de decisão estratégica, as equipas de Gestão de Pessoas serão acima de tudo facilitadores de quatro pilares fundamentais do “futuro pós-pandemia”». Leia o seu testemunho.
«A reação à pandemia tem vindo a desvendar muito daquilo que já se previa viesse a ser o papel cada vez mais decisivo e central que as equipas de Recursos Humanos (RH) e Gestão de Pessoas podem desempenhar nas organizações, em geral, e na EDP, em particular.
O futuro da Gestão de Pessoas nas organizações assumirá um papel cada vez mais próximo da tomada de decisão, como aliás teve e está a ter durante a gestão da pandemia.
Para além desta maior proximidade da tomada de decisão estratégica, acreditamos que as equipas de Gestão de Pessoas serão acima de tudo facilitadores de quatro pilares fundamentais do “futuro pós-pandemia”:
- Um workplace centrado nas pessoas, no seu bem-estar e na colaboração
A saúde e bem-estar passa a estar na ordem do dia e os RH terão de o conseguir avaliar e actuar nas suas diferentes dimensões. A pandemia trouxe consigo um conjunto de riscos psicossociais – alguns de natureza mais individual como o stress, outros de natureza mais social como os downsizings e a anunciada crise económico-financeira. Dentro das organizações, os RH terão a missão de trazer estes temas para a agenda estratégica das suas administrações por forma a garantir que as estruturas empresariais são fatores de promoção de bem-estar. Estarão também muito ligadas ao desenho dos novos espaços de trabalho e à forma como estes deverão promover cada vez mais a colaboração.
- Pessoas preparadas para mudanças mais rápidas e disruptivas
A pandemia mostrou-nos que a “mudança” é bem mais do que um cliché e evidenciou a velocidade e imediatismo com que pode acontecer. Se o upskilling já era um tema, agora irá tornar-se ainda mais premente – as organizações irão querer ter pessoas com competências de futuro para contextos novos, diferentes e disruptivos, só dessa forma conseguirão mitigar o risco de mudanças completamente inesperadas como aquela a que assistimos. Associado ao upskilling, a gestão de talento e o planeamento da sucessão farão seguramente parte das top priorities de equipas de Gestão de Pessoas, que se pretendem cada vez mais estratégicas no suporte à aquisição e desenvolvimento das suas pessoas, quer em termos de competências críticas para o negócio como também em termos de comportamentos que permitam a colaboração, agilidade e resolução de problemas.
- Organização ágil e com maior capacidade de adaptação
Na linha do ponto anterior, não só as pessoas, mas também as organizações enquanto organismos vivos terão de saber sobreviver e prosperar num ambiente cada vez menos previsível. A agilidade e a adaptação poderão ser promovidas se fomentarmos a velocidade na tomada de decisão, a menor hierarquização e estruturas mais flat que facilitam formas de trabalhar mais ágeis.
- Digital como enabler de uma empresa mais humana
O tema dos dados já era central independentemente da pandemia, mas acaba por ganhar uma relevância ainda maior num mundo mais descentralizado e com maior predominância do digital. As decisões relacionadas com pessoas nas organizações deverão ser baseadas em dados concretos e o people analytics o ponto de partida para toda a actuação no âmbito da experiência do colaborador. Numa altura em que se questiona muito a finalidade da utilização de dados (em particular de dados pessoais), caberá às equipas de Gestão de Pessoas conseguir utilizar os dados para um greater good, que incremente melhorias na experiência e na vida das pessoas nas organizações.
Estes quatro pontos estão alinhados com as reflexões que temos vindo a desenvolver no Grupo EDP. Fizemos recentemente uma reflexão estratégica sobre o “modelo híbrido” de trabalho do futuro – presencial e remoto -, bem como uma reflexão sobre desafios a integrar no modelo operativo de suporte à nova forma de trabalhar. Na área de RH há claramente um antes e um depois da pandemia. Esta é uma oportunidade única para reformar e fazer avançar as práticas de gestão de pessoas e organização.
Este artigo faz parte do tema de capa da edição de Outubro (n.º 118) da Human Resources, nas bancas.
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