Não se sente feliz no trabalho? Antes de pensar despedir-se (ou, pior, simplesmente aguentar) faça estas quatro coisas

Todos os profissionais têm altos e baixos no trabalho e, por vezes, os dias maus superam os bons. Pode ser tentador “desistir silenciosamente”, fazendo o mínimo enquanto espera pela hora de saída. Na verdade, de acordo com o relatório State of the Global Workplace de 2023 da Gallup, 60% dos trabalhadores fizeram exactamente isso. Mas por que não dar a volta à situação? A Fast Company explica como. 

 

«A procura de emprego é perturbadora para o trabalhador e para a sua família», diz Kathleen Quinn Votaw, CEO da TalenTrust, empresa de recrutamento estratégico e consultoria de capital humano. «Não é fácil e exige muita coragem para se expor. E se o próximo melhor emprego for na empresa onde está actualmente? É corajoso o suficiente para falar e esclarecer o que não está a funcionar?»

Determine o que quer fazer

Se se sente insatisfeito no trabalho, a primeira coisa a fazer é tentar entender o porquê. Encolher os ombros e dizer que não está feliz não é suficiente. Para Quinn Votaw, a palavra “feliz” é usada em demasia.

«Na maioria das vezes não definimos felicidade. Em vez disso, pense no que ama naquilo que faz e no que não ama», aconselha.

Quinn Votaw sugere a criação de uma lista de pontos positivos e negativos. Pense e anote todas as suas tarefas durante um dia e uma semana típicos. Em seguida, observe as que lhe dão energia, as que o esgotam e quais são as tarefas neutras.

Por exemplo, prefere funções de suporte a posições de contacto com o cliente. Não está a relacionar-se com um cliente específico e acha que seria mais adequado ser o seu colega a fazê-lo. Ou tarefas administrativas não são o seu forte, tornando-o propenso a erros. Depois de saber exactamente o que deseja mudar, estará mais bem equipado para abordar a sua chefia.

Obtenha feedback

Uma vez que dizer ao seu empregador «Este trabalho não está a funcionar para mim» pode ser assustador, Quinn Votaw sugere primeiro consultar um mentor. De seguida, fale com um colega próximo, um amigo de confiança ou até mesmo um familiar. Diga que está a ter dificuldades na sua função e peça orientação.

Uma pessoa objectiva pode ajudá-lo a debater as áreas que deseja mudar e a dar inputs sobre se os seus requisitos são viáveis e realistas. Depois, peça apoio para definir o que quer dizer e como fazê-lo de forma a mostrar os benefícios para a organização, para o seu gestor e para si mesmo.

Agende uma reunião

Dizer à chefia que está infeliz deve ser feito intencionalmente e não num corredor ou quando acaba de chegar ao escritório, diz Quinn Votaw. O melhor plano é marcar um horário na agenda.

«Vá ter com o seu gestor e diga: “Gostava de falar consigo sobre o meu papel aqui e como posso fazer mais daquilo que realmente gosto de fazer. Podemos combinar uma hora na quarta-feira?”», sugere Quinn Votaw. «Dessa forma, o seu líder está preparado e não é apanhado de surpresa. Sabe que deseja conversar sobre crescimento e oportunidades.»”

Elabore o seu pedido

Ao iniciar a conversa, preste atenção às suas palavras. Em vez de simplesmente dizer «Estou infeliz», Quinn Votaw recomenda a opção «Não estou a sentir-me bem-sucedido.»

«É mais descritivo. Feliz pode ser muito vago. Claro que pode usar a palavra ‘infeliz’, mas deve estar preparado para definir melhor o conceito.»

Esteja preparado com ideias sobre como o trabalho que gostaria de delegar poderá ser realizado, como por exemplo, recomendar um colega forte nessa área. Sugira um cronograma para uma transição, continuando com as suas responsabilidades actuais por um determinado período enquanto se afasta delas. E mostre como despender mais tempo nas tarefas que adora irá beneficiar a empresa. Se contratou três novos clientes no mês passado, pode argumentar que conseguirá trabalhar mais nesses clientes se não estiver atolado em projectos que considera desgastantes.

 

Pode continuar a contar os minutos ou planear a sua saída, mas a resposta mais directa para a sua tristeza profissional pode simplesmente passar por dizer ao seu gestor que está pronto para uma mudança.

«Os empregadores só podem dar o que um profissional deseja, se este lhes disser o que precisa», conclui Quinn Votaw. «Um profissional sair sem dar à empresa a hipótese de melhorar as coisas é frustrante e, muitas vezes, pensam que podiam ter feito algo em relação a isso se tivesse havido uma conversa.»

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