Número de desempregados inscritos no IEFP dispara à boleia da pandemia

Cresceu quase 9% o número de desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) em Março, face ao mês anterior, de acordo com uma nota divulgada esta segunda-feira pelo IEFP.

 

São mais cerca de 28 mil pessoas desempregadas, em apenas um mês – quando foram confirmados os primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus em Portugal.

Segundo o IEFP, existiam, em Março, 343.761 (70% de um total de 485.190 pedidos de emprego) desempregados registados no IEFP, um acréscimo de 8,9% face a Fevereiro e mais 3% em comparação com o período homólogo. «Para o aumento do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2019, contribuíram todos os grupos do ficheiro de desempregados, com destaque para os homens, os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos, os inscritos há menos de um ano, os que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o secundário», refere o organismo.

A mesma nota do IEFP mostra que a zona do Algarve foi aquela onde houve o maior aumento homólogo do número de desempregados (+41,4%), seguindo-se o Alentejo (+9,8%). O Norte e as Regiões Autónomas escaparam às quebras.

Por grupos profissionais dos desempregados registados no Continente, salientam-se os «Trabalhadores não qualificados» (25,6%), «Trabalhadores dos serviços pessoais, de protecção segurança e vendedores»
(20,6%), «Pessoal Administrativo» (11,7%), «Trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices» (11,5%) e «Especialistas das actividades intelectuais e científicas” (10%)». Face ao mesmo período do ano passado (excluindo os grupos com pouca representatividade no desemprego registado), o grupo
«Trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices» registou a subida percentual do desemprego
(+9,2%) mais expressiva, seguido dos grupos «Operadores de instalações e máquinas e trabalhos de montagem» (+9%) e «Trabalhadores dos serviços pessoais, de protecção segurança e vendedores» (+6,2%).

Tendo em conta a actividade económica de origem do desemprego, dos 294.178 desempregados que, no final de Março, estavam inscritos no IEFP, 71,3% tinham trabalhado em actividades do sector dos «serviços», com destaque para as «Actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio» (27,7%); 22,6% eram provenientes do sector «secundário», com particular destaque para a «Construção» (7,3%); ao sector «agrícola» pertenciam 4,9% dos desempregados.

O desemprego aumentou nos três sectores de actividade económica, sobretudo nos «serviços» (+5,9%). «A desagregação deste ramo de actividade económica» permite observar que as subidas mais acentuadas, por ordem decrescente, se verificaram nas actividades de: «Alojamento, restauração e similares» (+17,9%),
«Actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio» (+10,3%) e «Transportes e armazenagem» (+9,4%). No sector «secundário», a subida mais acentuada verifica-se no ramo da «Indústria metalúrgica de base e fabricação de produtos metálicos» (+20.,9%).

Ainda segundo o IEFP, as ofertas de emprego por satisfazer, em Março, totalizavam 12.305, nos Serviços de Emprego de todo o país, menos 26,1% (4.399) face ao período homólogo e 11% (1.514) em relação a Fevereiro.

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