O futuro do trabalho na área das Gestão de Pessoas esteve em debate no Meta Office da Harpoon.jobs. O metaverso foi um dos temas em destaque

O Harpoon.jobs, multinacional de recursos humanos sediada em Lisboa, organizou na passada quarta-feira, dia 7 de Setembro, no seu Meta Office,  o webinar “The Future of Work, Navigating Through Uncertain Times” para executivos do sector. 

 

Os oradores convidados, Charles Arkwright, L’Oréal Global VP of HR Digital & E-Commerce, Mário Ribeiro Alves, CEO @Taikai and Bepro e Gustavo Pimenta, Strategist, lecturer and advisor of successful HR tech start-up, debateram as tendências do sector, numa era de pós pandemia e pré recessão.

A escassez de talento, a formação, a relação entre empresas e colaboradores e os temas Web3 e metaverso foram as principais tendências apontadas pelos três especialistas.

Para Mário Ribeiro Alves, o tema da educação é um pilar fundamental e tem enorme impacto na gestão de pessoas. A formação (seja ela reskilling ou upskilling) faz parte integrante da «construção de pontes» entre as empresas e o talento, e a estratégia deve passar pela integração de colaboradores de diferentes settings e backgrounds. Esse esforço colectivo, com adaptação contínua, foi realçado por Gustavo Pimenta e a flexibilidade nas pequenas tarefas deve ser incentivada: uma pessoa pode juntar-se a um determinado projecto por um curto período e, se gostar da experiência e o feedback da empresa for positivo, podem colaborar com maior frequência. A propósito do freelancing, o Global VP da L’Oréal revelou que a empresa já está a trabalhar o tema, na construção de uma estratégica específica para colaboradores externos.

Outro dos temas debatidos foi o recrutamento e uma das soluções apontadas por Mário Ribeiro Alves foi uma actualização das “regras”, já que «não podemos atrair talento com salário e benefícios normais. A customização é a chave», e isso implica personalizar os benefícios de acordo com as necessidades de cada pessoa. No caso da Taikai, por exemplo, foram desenhados nfts para cada colaborador.

Charles Arkwright considera que, apesar de o tema da personalização ser mais complicado nas grandes empresas, os benefícios ganharão relevância nos próximos anos, juntamente com a flexibilidade e a ligação com a empresa, que deve olhar atentamente para o comportamento das startups, acrescentou Gustavo Pimenta. «Os profissionais já não querem seguir o caminho normal e trabalhar nas grandes empresas. Os líderes dão ordens em vez de partilharem os outcomes pretendidos.» O caminho a seguir passa pela análise do que os colaboradores querem para atrair esse talento e adaptar os modelos de trabalho.

O tema da liderança também foi abordado, sendo que os três especialistas concordaram que a mudança de conceito é necessária. O líder tem de ganhar maior consciência da organização, das equipas e dele próprio, deve rodear-se de pessoas com culturas e experiências diferentes e dar-lhes espaço, mas estar lá quando é necessário e ensiná-las a tornarem-se líderes, com responsabilidade.

O modelo de trabalho híbrido pode não beneficiar a ligação dos colaboradores com as empresas, mas há soluções e estratégias a que podem ser adoptadas. Para Charles Arkwright, uma delas passa pela combinação de uma monitorização com dados de performance e tempo dedicado a uma comunicação activa e autêntica com as equipas. Mário Ribeiro Alves considera que os momentos sociais em equipa são positivos, mas é fundamental promover o lado humano das relações com os colaboradores e saber as suas verdadeiras necessidades. Para Gustavo Pimenta, propósito, autonomia e responsabilização são boas ferramentas de motivação dos colaboradores.

No que diz respeito à evolução tecnológica, nomeadamente a Web3 e o metaverso, todos foram unânimes ao considerar que já não há volta atrás, pelo que a aposta e investimento em treino e formação, nomeadamente nas escolas, deve começar o quanto antes.

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