O que faz as pessoas seguirem um líder? Estudo global da Gallup revela a resposta

O mais recente estudo da Gallup identificou o que faz as pessoas seguirem determinados líderes. Confiança, compaixão e estabilidade, mas, acima de tudo, esperança.

Os líderes de hoje enfrentam desafios profundos e complexos, como as alterações climáticas, os conflitos e a inteligência artificial, e devem tomar decisões que afectam a vida dos seus seguidores. Neste mundo em constante mudança, é crucial que os líderes compreendam as razões pelas quais as pessoas os seguem.

E, se os líderes corresponderem a essas necessidades, poderão melhorar o bem-estar dos outros e reduzir o seu sofrimento. Estas e outras conclusões constam no novo “Global Leadership Report: What Followers Want” da Gallup, lançado na World Governments Summit de 2025.

A Gallup fez duas perguntas a uma amostra de 52 países (Portugal não está contemplado), representando 76% da população mundial e 86% do produto interno bruto global:

1.º Que líder tem a influência mais positiva na sua vida diária?

2.º Enumere três palavras que melhor descrevam o que essa pessoa contribui para a sua vida.

Os dados confirmam que os seguidores precisam de um sentimento de esperança por parte dos seus líderes (56%). A confiança é a segunda necessidade mais importante (33%), seguida da compaixão e da estabilidade. Estas quatro necessidades são consistentes, independentemente do país, da demografia ou do tipo de líder em causa.

Estas necessidades estão também ligadas ao bem-estar: quanto mais necessidades os líderes satisfazem, mais o sofrimento é reduzido.

Para enfrentar com sucesso os desafios em evolução da actualidade, os líderes precisam de compreender três factores-chave. Devem conhecer as quatro necessidades dos seus seguidores: esperança, confiança, compaixão e estabilidade; devem conhecer-se a si próprios e investir nos seus pontos fortes inatos como líderes; e devem conhecer as exigências — e expectativas associadas — ao seu papel específico de liderança.

Entre os vários insights, o estudo mostra que os familiares e os gestores são os líderes mais referidos, mas as necessidades essenciais dos líderes são consistentes, independentemente do tipo de líder que os inquiridos identificam.

A necessidade de esperança é universal, mas especialmente pronunciada em determinados contextos, incluindo entre a geração mais jovem (18 a 29 anos: 57%), na região da Ásia-Pacífico (59%) e em relação aos líderes organizacionais (64%).

O sofrimento é reduzido quando os líderes atendem às necessidades dos seguidores, especialmente à necessidade de esperança.

Os líderes no local de trabalho têm um enorme potencial para melhorar vidas. Trinta e quatro por cento dos profissionais empregados citam alguém do seu ambiente de trabalho (gestor, colega ou líder organizacional) como o mais influente, apenas um pouco menos do que aqueles que referem um membro da família (44%).

A liderança familiar desempenha um papel fundamental na vida diária, com 57% dos adultos a nomearem um membro da família como o líder mais influente nas suas vidas. Incluindo aqueles que mencionam um amigo (5%), mais de três em cada cinco adultos referem um ente querido.

Aproximadamente 18% das pessoas mencionam um líder do seu local de trabalho, combinando gestores (11%), líderes organizacionais (5%) e outros colegas (2%).

Os trabalhadores por conta de outrem são mais propensos a nomear um líder relacionado com o trabalho, com 34% a referir um gestor, líder organizacional ou colega, em comparação com apenas 6% dos que trabalham por conta própria.

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