O Relatório Pisa 2023 e a Emigração

Por Ricardo Florêncio

 

Os acontecimentos que têm assolado a Europa, e o Mundo – e os vividos particularmente em Portugal –, levaram a que alguns estudos e relatórios com dados muito importantes e deveras impactantes tenham passado quase despercebidas e sem lugar à devida reflexão. Estou a referir-me aos resultados do “Relatório Pisa 2023” e ao estudo da Emigração, recentemente divulgados.

O primeiro apresenta resultados bastante decepcionantes. E estamos a falar do nosso futuro. Dos futuros trabalhadores de Portugal. O que fazer, e muito rapidamente, para inverter estes dados? O segundo, da emigração, é uma fotografia muito preocupante do que pensam os nossos jovens, a geração que estudou, que se formou, os nossos talentos, e que não encontra em Portugal, resposta para as suas expectativas e exigências. “30% dos jovens nascidos em Portugal vivem fora do País”? “70% dos novos emigrantes têm menos de 40 anos”? “Em 2021, 50% dos emigrantes tinham o ensino superior”? Assim, qual vai ser o nosso futuro? Baseado em quê? Em mão-de-obra pouco qualificada?

Conforme já escrevi e apresentei em diversas conferências e fóruns, são as pessoas que fazem a diferença, e a guerra pelo talento é global. E então? O que fazer para parar e inverter esta situação, e esta tendência?

São temas que deveriam ocupar os tempos de debate e estar no topo da lista de preocupações – e de acções concretas e imediatas – da nossa classe política. Porque, sim, nestes temas, as empresas, empresários e gestores, não conseguem fazer tudo sozinhos, pois são necessárias acções e políticas estruturais.

Editorial publicado na revista Human Resources nº 157, de Janeiro de 2024

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