
O senhor da guerra. Cuidado!
Estamos neste momento a viver um conflito internacional, que muito nos pode dizer sobre as pessoas. Assistimos a pessoas, eleitas por pessoas, que matam pessoas, supostamente em defesa de pessoas, que estão a ser hostilizadas por pessoas, a mando de outras pessoas.
Por Pedro Quaresma, coach e analista DISC
O que a seguir vou escrever prende-se única e exclusivamente com o meu pensamento, livre de qualquer ideologia política, religiosa, ou seja de que espécie for.
Trava-se neste momento uma guerra entre duas nações, mas que curiosa e escandalosamente, não é uma guerra de nações. Trata-se sim, e tão só do capricho de uma criança rebelde, dotada de inteligência mal e maleficamente aproveitada. Desde a sua chegada ao poder que o senhor Putin vai revelando traços da sua intenção, e bem assim, dos motivos que o levam a ter este comportamento.
Desde sempre que esta pessoa tem vindo a revelar os seus ímpetos de guerra, e de desafio ao resto do mundo. O que está a acontecer neste momento, não é, realmente, uma guerra entre duas nações, já que o povo de cada uma delas, maioritariamente não quer esta guerra.
Então, e assim sendo, esta guerra é só do senhor Putin. Este senhor está apenas a aproveitar-se do poder de um povo que, de boa-fé o elegeu, e que nele acreditou, e a quem ele desiludiu, para satisfazer um capricho pessoal em nome de um povo que nele não se revê. Então é a guerra de um homem que se aproveita de um povo, para satisfazer um infantil capricho de poder.
Aqui chegado, vejo-me a ponderar emoções, dos milhões de pessoas envolvidas. Pelo lado da Rússia, e apenas pelo que vou assistindo pela comunicação social, vejo naquele povo emoções como vergonha, desilusão, frustração, arrependimento, revolta. Pelo lado ucraniano, injustiça, devassa, desrespeito, humilhação, coragem, foco, determinação.
Para ambos os lados um absoluto desrespeito pela vontade do povo.
Transpondo isto para a realidade universal, leva-nos cada vez mais a pensar no voto responsável e, no meu ponto de vista, apartidário.
Cuidado, é o nome que decidi dar a este texto, e é exactamente por esta razão. Sempre que elegemos alguém para um cargo de poder, e por vezes poder absoluto, não só no caso de estados democráticos, mas também no caso de estados onde tradicionalmente impera a ditadura, é fundamental pensarmos a que tipo de pessoas vamos dar esse poder. Este poder absoluto nem sempre é, como está à vista de todos, exercido em prol de um povo, mas utilizando um povo para satisfazer caprichos, ou vontades muito pessoais.
Mas combato também a hipocrisia.
Todos os dias, e há muito tempo se mantêm guerras em vários países do mundo. Nos últimos dias, houve também bombardeamentos aéreos na Síria, na Somália, no Iêmen. Há massacres diariamente em vários outros pontos do mundo, conforme vamos acompanhando nos mais diversos serviços noticiosos.
Não vejo ninguém a colocar a bandeira destes países na sua foto de perfil. Não condeno de todo esta onda de solidariedade, mas isto apenas revela um egoísmo generalizado das pessoas.
Enquanto a guerra está na casa dos outros, está tudo bem, a menos que a mesma guerra corra o risco de bater à nossa porta… aí, o medo leva-nos à solidariedade, e a manifestá-la publicamente.
Pessoalmente estou solidário com todas as pessoas que passam por estas guerras. Esta mais recente, e na Europa, preocupa-me especialmente pela escalada universal.
Não quero com isto dizer que considero errada toda esta onda de solidariedade, que me faz estar orgulhoso de tantos milhões de pessoas, e de tantos compatriotas, como português que muito me honra ser.
Estou apenas a aproveitar o momento para apelar à união e solidariedade para com todos os povos, sejam eles de perto ou de longe, sejam negros, brancos, orientais, índios, ou o que forem…
Todos são pessoas dotadas de sentimentos e emoções, e merecedoras de todo o respeito que todas as pessoas merecem.
Dizem os ucranianos: Glória à Ucrânia.
Digo eu: Glória a todos os povos, que optam pela comunicação em prol da paz, das vidas, da estabilidade, da união.