Oito em cada 10 líderes espera um cenário de recessão. E larga maioria admite não se sentir preparado para o enfrentar

Uma grande maioria (79%) dos líderes inquiridos espera uma recessão este ano, no entanto, apenas 35% afirma sentir-se bem preparado para essa recessão. A conclusão é do estudo “Tomar Melhores Decisões em Tempos de Incerteza”, da Aon.

 

Destaque também para o facto de apesar da deterioração das condições económicas, os líderes condicionarem a sua percepção do futuro pelo seu próprio nível de sucesso e resiliência, com 66% a manterem uma visão positiva da economia e 31% a encararem-na mesmo como “excelente”.

Para 41% a inflação representa um risco muito elevado para os seus negócios, seguido ex-aequo pelo conflito na Ucrânia e as quebras nas cadeias de Produção, com 36% e em quarto lugar os efeitos da COVID-19, com 31%.

Os líderes empresariais que estão melhor preparados para uma recessão, pela sua visão de longo prazo sobre risco e crescimento partilham quatro atitudes fundamentais:

Aceitar o risco é a única opção. 62% concordam que a abertura da sua empresa para lidar com o risco aumentou em resposta às atuais condições macroeconómicas. Para as empresas que se sentem melhor preparadas para enfrentar a recessão, abordar o risco não é uma escolha, é uma questão de sobrevivência.

 

A análise e o aconselhamento das equipas internas e entidades externas são vitais para tomar melhores decisões. Líderes melhor preparados são quase duas vezes mais propensos a dizer que valorizam a opinião de um conselheiro externo para melhorar a capacidade da sua empresa de tomar boas decisões e lidar com o risco. Os líderes confiantes também resistem à vontade de abrandar a contratação, apesar das condições económicas desafiantes. De facto, 42% dos líderes melhor preparados estão a ocupar muito tempo a estudar a forma de atrair e reter talentos, em comparação com apenas 22% dos outros líderes.

 

O COVID-19 demonstrou que os riscos estão interligados. 61% dos líderes melhor preparados concordam que os riscos estão interligados, baseando-se nas suas experiências durante a pandemia COVID-19. Uma larga maioria (73%) acredita fortemente que a pandemia os preparou para responder rapidamente aos riscos emergentes, dando-lhes mais confiança à medida que se caminha para uma recessão.

 

Não abrandar o investimento a longo prazo – nem ignorar os riscos de long-tail. Os cinco principais riscos em que todos os líderes dizem estar mais focados são: inflação, crise financeira, fornecimento de energia, ciberataques e perturbações na cadeia de abastecimento. Além de abordar estes riscos, os líderes estão igualmente a olhar para o futuro e a investir mais tempo relativo do que outros líderes em desafios a longo prazo como desigualdades económicas/sociais, tecnologias disruptivas, cripto e blockchain. Da mesma forma, cerca de metade (49%) dos líderes estão a despender muito tempo em alterações climáticas, em comparação com apenas 26% dos outros líderes.

Para este estudo a Aon realizou 815 entrevistas com gestores C-suite e outros Executivos em empresas com mais de 500 colaboradores para responder a questões sobre a tomada de decisões.

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