Patrícia Valente: Alinhamento na aparente diversidade

Trata-se de um universo diverso e vasto, sem dúvida, mas Patrícia Valente prefere destacar a unidade que existe no Grupo ANF. E isso só é possível com uma gestão «feita com as próprias pessoas, numa cultura de porta aberta, com a máxima transparência possível».

 

Por Ana Leonor Martins | FOTOS Nuno Carrancho

 

Como a própria diz, “caiu de pára-quedas” nos Recursos Humanos quando participou num campo de oportunidades desenvolvido para recrutar consultores da área. Durante a licenciatura em Gestão, nunca ocorreu a Patrícia Valente desenvolver a sua carreira neste âmbito, apaixonar-se por este trabalho e chamar a si «o grande desafio de transformar a gestão de Recursos Humanos em “ges- tão de individualidades”». E é isso que procura fazer no Grupo ANF – que agrega diversas empresas, unidades de negócio e eixos de actuação, tendo como denominador comum a indústria farmacêutica, onde assume a direcção corporativa de Recursos Humanos. É precisamente essa diversidade que é o maior desafio, ao qual dá resposta através de «uma cultura de proximidade com as pessoas, compreendendo e dando es- paço à sua individualidade».

 

Quais são, actualmente, os maiores desafios que se colocam ao sector da Saúde?
A revolução que as constantes descobertas na ciência podem provocar implica a necessidade de existirem sistemas de informação mais acessíveis ao cidadão comum. É necessária uma maior autonomia dos cidadãos sobre a sua própria saúde, o que também implica existir tecnologia ao dispor. Parafraseio o presidente do Grupo ANF, Paulo Cleto Duarte: «Não basta vivermos mais, temos de viver melhor.»

 

E para o Grupo ANF, em particular, quais os grandes desafios?
Nesta aproximação da saúde às pessoas, o Grupo ANF tem um papel fundamental, que é o de continuar a desenvolver e a inovar na sua actividade, no sentido de assegurar que há uma rede de cuidados de saúde – as farmácias – que tem as condições, a tecnologia, os profissionais competentes necessários, para que as far- mácias sejam uma boa escolha de saúde
para os cidadãos.

 

O que a fez aceitar o convite para assumir a direcção corporativa de Recursos Humanos do Grupo?
Na sequência do meu percurso através das diversas empresas do Grupo ANF, vi este convite como a resposta à consolidação do trabalho efectuado. Na Alliance Healthcare, onde entrei em 2012, foram quatro anos de trabalho muito gratifi- cantes em termos de resultados, cultura organizacional e investimento nas pessoas. Em 2016 juntei-me à equipa da Glintt, empresa tecnológica também parte do Grupo ANF. Sendo o seu grande desafio de Recursos Humanos captar e reter talento, no final de 2017 o Grupo ANF criou a direcção Corporativa de Recursos Humanos, convidando-me para a assumir. Foi, sem dúvida, um importante passo na minha carreira.

 

O seu “universo de actuação” aumentou consideravelmente… O desafio também?
O grande desafio desta função está na  gestão da diversidade inerente a uma  organização como o Grupo ANF. Acredito que uma cultura de proximidade com as pessoas e a capacidade para compreendermos e concedermos o espaço que ne- cessitam para a sua individualidade é o caminho para maximizarmos o ROP [Return On People].

 

Em termos de pessoas, de que universo estamos a falar? É um universo muito diversificado em termos de perfil?
A sua pergunta está directamente relacionada com a presença dos diversos “mundos” que coexistem ao lidar com pessoas. Neste caso, estamos a falar de um universo com mais de dois mil colaboradores, com uma cada vez mais forte presença nacional e crescente presença internacional, em países como Espanha, Irlanda e Alemanha. Efectivamente, é um universo bastante diversificado em termos de perfil, até porque operamos em diversos sectores de actividade. Apesar de todos fazerem parte do ecossistema da saúde, temos farmacêuticos, engenheiros, programadores, financeiros, gestores, e estas são apenas algumas das  competências – hard skills – que procuramos e desenvolvemos para dar resposta à exigência técnica necessária. Mas não podemos descurar as outras – as soft skills. Destas, destaco a unidade em vez da diversidade, a qualidade das nossas lideranças, o compromisso com a motivação e envolvimento das equipas, a comunicação e partilha de informação e conhecimento, a capacidade para aprender e melhorar em contínuo. Diria, portanto, que na aparente diversidade existe muito alinhamento.

Leia a entrevista na íntegra na edição de Junho da Human Resources.

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