Por que razão nos custa tomar decisões?

Por Maria Duarte Bello, CEO da MDB – Coaching e Gestão de Imagem, Coach PCC & Mentor Senior

A vida é uma constante tomada de decisões. Às vezes é difícil tomá-las, mas a verdade é que, mais cedo ou mais tarde, temos de o fazer.

Por que é tão difícil, para nós, tomar decisões? É, talvez, a primeira pergunta que nos colocamos. Creio que uma das grandes razões pelas quais temos dificuldade é o que é conhecido como o paradoxo da escolha. Quanto mais opções tivermos, mais difícil será para nós decidir. Por exemplo, há alguns anos íamos comprar calças e podíamos escolher entre dois ou três tipos. Agora temos muitos: skinny, boyfriend, flare, mom jeans, cargo, slim, etc. E embora às vezes possa parecer que a possibilidade infinita de opções nos dá liberdade, muitas vezes escraviza-nos. Com tantas opções, é muito fácil voltarmos para casa com a sensação de não ter escolhido o melhor, e ninguém gosta de falhar ou de tomar uma decisão errada.

Fatores que nos limitam

Uma das dúvidas que se colocam é quais são os fatores que nos podem limitar na hora de tomar decisões. Resumidamente o seguinte:

– Sem dúvida, o paradoxo da escolha de que falei anteriormente… A overdose de possibilidades é um fator que pode limitar-nos na hora de tomar decisões.

– Por outro lado, podemos ser influenciados pelo nível de risco que percebemos ao tomar uma determinada decisão e dependendo das possíveis consequências, custará mais ou menos decidir.

– Outro fator que influencia é o nível de experiência que temos numa área, quanto mais sabemos e mais experiência temos, mais fácil é.

– Por último, mas não menos importante, um fator que influencia em muito as nossas escolhas é o que é conhecido como fadiga da decisão. Tomamos muitas decisões ao longo do dia e ficamos mentalmente cansados, temos um limite. Portanto, no final do dia tende a custar-nos muito mais tomar boas decisões e tendemos a ir para o que é mais automático ou fácil.

Tomar ou não a decisão certa

Por que nos preocupamos tanto em tomar a decisão certa. Acredito que isto tem a ver com a percepção social do fracasso na nossa sociedade. Somos educados para evitá-lo, para nunca falhar. E, portanto, temos muito medo de estar errados. Ao tomar uma decisão, assumimos a responsabilidade pelo que pode acontecer como resultado dessa decisão e temos medo de nos arrepender ou de nos sentir culpados e do consequente julgamento social.

Pessoas menos indecisas

Existem pessoas, no entanto, que podemos definir como mais “atiradas para a frente”, menos indecisas. O que pode influenciar o seu ser? Normalmente, quando uma pessoa conhece muito bem os seus valores, toma decisões com mais agilidade e fica mais difícil mudar de opção depois de tomada a decisão. Por outro lado, uma pessoa que não conhece os seus valores levará muito mais tempo para se decidir e, quando finalmente o fizer, será muito mais fácil as dúvidas aparecerem e mudarem de ideias novamente. Quando as ações estão alinhadas com os valores é mais fácil decidir ”.

Tentativa e erro

Podemos estar errados ou tomar uma decisão errada. Assim, é importante testar primeiro. Como fazê-lo? Antes de tomarmos uma decisão definitiva, podemos criar uma experiência simbólica para ver como nos sentiríamos.Como por exemplo: se pensarmos em nos mudarmos para o campo, é uma boa ideia arrendar uma casa durante umas semanas e fazermos tudo como se lá vivêssemos. Se não ficarmos convencidos ou se não nos adaptarmos existe uma opção de voltar atrás sem problemas.

A importância do compromisso

Devemos ser coerentes com as nossas decisões e comprometermo-nos a 100%. Nada de tomar decisões por metades, especialmente quando são importantes. Por exemplo, se em vez de darmos uma oportunidade plena ao nosso relacionamento, comprometemo-nos pela metade e depois ficamos surpreendidos pelo mau resultado. Depois de termos escolhido, comprometamo-nos totalmente, ainda que seja por um determinado período de tempo.

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