Quando vamos olhar para os seniores de outra forma nas empresas?

Com o aumento da esperança média de vida – e da idade da reforma – em Portugal, as pessoas têm de se preparar para trabalhar mais anos. E as empresas para as ter a trabalhar. Neste contexto, a lei também terá de ser mais flexível.

Por Ana Leonor Martins | Fotos Nuno Carrancho

 

As grandes empresas ainda não estão activamente à procura de seniores (aqui entendido como profissionais com mais de 50/ 55 anos), mas já estão mais disponíveis para os contratar, não colocando o critério idade como factor de exclusão à partida, como não raras vezes acontecia em processos de recrutamento no passado. Poderá ser por uma questão de consciência social, mas será sobretudo porque não há menos jovens – e esses jovens estão talvez menos disponíveis, têm outra forma de encarar o trabalho, oferecendo menos “estabilidade” às empresas – e porque o conhecimento e as soft skills dos trabalhadores mais seniores são valiosas para as empresas.

Uma opção que poderia ser interessante, quer para as empresas, quer para os profissionais, é a contratação por projecto. Mas não é expectável que seja uma opção que ganhe peso na realidade portuguesa, pois «nem o mercado, nem os profissionais, parecem estar preparados para isso». O interim management já «existe em Portugal há vários anos, mas não vingou, ao contrário do que acontece noutros países da Europa, onde é fortíssimo». A perspectiva é que cresça, mas devagar, pois «somos demasiado conservadores».

Seja em que formato for, certo é que a multigeracionalidade vai ser uma realidade cada vez mais acentuada nas empresas, tal como as novas formas e formatos de trabalho. Certo é também que isso traz mais desafios às lideranças e à Gestão de Pessoas.

O almoço do Conselho Editorial realizou-se no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa, e contou com a presença de: Ana Rita Lopes (Delta Cafés | Grupo Nabeiro); Fernando Neves de Almeida (Boyden); Joana Pita Negrão (Dils); Joana Queiroz Ribeiro (Fidelidade); Marco Serrão (Galp); Mariana Canto e Castro (Randstad); Nuno Troni (Gi Group Holding); Pedro Fontes Falcão (Iscte Executive Education); Pedro Rocha e Silva (LHH | DBM); Rita Baptista (Cimpor); Sara Silva (L’Oréal); Susana Silva (El Corte Inglés) e Tiago Brandão (The Browers Company).

 

Almoço do Conselho Editorial da Human Resources, artigo publicado n.º 171, de Março de 2025

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