Quase 70% das empresas querem manter teletrabalho depois da pandemia

Cerca de dois terços dos responsáveis de recursos humanos de médias e grandes empresas portuguesas (68%) pretendem adoptar o teletrabalho de forma estrutural, mesmo depois da pandemia. A ideia da maioria é avançar para um regime misto, mantendo uns dias de trabalho em casa e outros dias na empresa. A conclusão é do barómetro do Kaizen Institute, uma consultora especialista em recursos humanos, citado pela TSF.

 

O barómetro do Kaizen Institute também revela que 70% dos 150 directores inquiridos consideram que a eficiência dos «colaboradores em teletrabalho será equivalente ou superior à registada antes da COVID-19 a trabalharem nas instalações da empresa; 30% defendem o contrário.

Tiago Mota Costa, especialista do Kaizen Institute nesta área, fala num «contexto que obrigou as organizações a adaptarem-se rapidamente aos novos tempos, numa larga adoção ao teletrabalho» que, sem a pandemia, não iria acontecer em menos de uma década. Uma mudança considerada «disruptiva».

De acordo com a TSF, inicialmente o teletrabalho foi forçado, mas agora as empresas encontram vantagens nesta forma de trabalhar, com o barómetro a revelar, igualmente, que 85% das empresas não paga ajudas de custo aos colaboradores em teletrabalho e somente 8% pensa vir a fazê-lo.

Do lado dos sindicatos, o teletrabalho levanta muitas dúvidas, nomeadamente à líder da CGTP. Isabel Camarinha defende que, a longo prazo – não em situação de pandemia -, trabalhar em casa não é uma boa ideia e já teve conhecimento de intenções de empresas em mantê-lo depois da COVID-19.

«Para as empresas pode ser apetecível, pois poupam muitos custos de contexto, como instalações, energia… o que deve levar os trabalhadores a serem ressarcidos das despesas que têm por trabalhar a partir de casa», algo que, segundo a CGTP, não está a acontecer em muitos casos.

Ler Mais