Quase metade dos jovens viram rendimento reduzir devido à pandemia

A COVID-19 está a ter um enorme impacto na vida dos jovens entre os 18 e os 29 anos. A conclusão é do estudo “Youth and covid-19”, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado pelo “Dinheiro Vivo”.

 

De acordo com a publicação, em Maio, a OIT já revelava que os jovens estavam a enfrentar um triplo choque devido à pandemia, que afectava a educação, emprego e perspectivas em relação ao futuro. Meses depois, o estudo que inquiriu mais de 12 mil jovens em 112 países revela que, além do impacto no trabalho e acesso à educação, a COVID-19 está também a afectar a saúde mental. Além disso, é também avançado que este período tem sido especialmente difícil para as jovens mulheres e para os jovens em países com baixos rendimentos.

A Organização Internacional do Trabalho adianta que, 73% dos jovens que estudava ou combinava os estudos com o trabalho antes da crise viram as escolas encerrar. E, em muitos casos, nem todos conseguiram fazer a transição para o ensino remoto: um em cada oito jovens (13%) ficou sem qualquer tipo de acesso a aulas, ensino ou formação. Esta situação foi mais sentida em países com baixos rendimentos. Apesar dos esforços para continuar a estudar, 65% dos jovens revela sentir que está a aprender menos desde que a pandemia começou. Enquanto a maioria acredita que a educação deveria ter sido adiada, 9% dos jovens afirma sentir receio de que a sua formação possa sofrer ou mesmo falhar devido a este fenómeno.

Em relação ao emprego – acrescenta o “Dinheiro Vivo” -, foi sentido um forte impacto entre os trabalhadores mais jovens: se um em cada seis estava a trabalhar antes da COVID-19, durante a pandemia cessaram funções, especialmente os jovens entre os 18 e 24 anos. Dois em cada cinco (42%) revela mesmo que sentiu uma redução nos rendimentos. O número de horas trabalhadas também caiu, com um recuo de quase um quarto, equivalente a cerca de duas horas por dia.

Segundo o “Dinheiro Vivo”, apesar de reconhecerem a necessidade das medidas de confinamento, especialmente durante os primeiros meses, os jovens reportaram ter sentido impacto nos seus direitos, nomeadamente na área da habitação. «Para 21%, especialmente para quem estava sem trabalho, o direito à habitação foi desafiado à medida que sentiram dificuldades», revela o estudo.

O estudo da OIT deixa margem para a probabilidade de 17% dos jovens inquiridos ter sido afectado por ansiedade e depressão. «O estado de saúde mental foi mais baixo para as jovens mulheres e os jovens entre os 18 e 24 anos», aponta a organização.

A OIT destaca ainda a urgência de «investimentos direccionados e mais inteligentes para criar empregos decentes para os jovens, incluindo a protecção dos direitos humanos dos jovens, emprego e programas de treino; protecção social e subsídio de desemprego para os mais jovens». É ainda pedido que sejam feitos mais esforços

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